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Transplante do coração é excelente opção para insuficiência cardíaca grave

Hoje, no Brasil, 386 pacientes com IC aguardam por um coração. Mas esta espera pode durar até um ano e meio

Por Felix Ramires*
Atualizado em 13 Maio 2024, 22h36 - Publicado em 24 ago 2023, 10h44
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  • Nos últimos dias nos deparamos com a notícia de que o apresentador Fausto Silva, comunicador conhecido nacionalmente, é mais um nome na espera por um transplante no Brasil. Faustão entra na fila daqueles que aguardam um coração. A doença que o levará ao centro cirúrgico é a insuficiência cardíaca (IC), condição progressiva na qual o órgão perde a capacidade de bombear o sangue na quantidade necessária para nutrir o corpo.

    Entre os sintomas mais comuns estão a sensação de cansaço, suor frio, falta de ar, tonturas, batimentos acelerados, tosse, perda de apetite, palidez e inchaço nas pernas, pés e abdômen. Não existe uma, mas várias causas para a insuficiência cardíaca, entre elas, sequelas de infarto, diabetes, hipertensão, patologias que afetam as válvulas do coração, doenças autoimunes, infecções diversas, miocardite, alcoolismo, Doença de Chagas, obesidade, intoxicação por medicamentos e até a Covid-19.

    O tratamento da IC consiste no uso de medicamentos, que, na maioria das vezes, contribuem muito para compensar a insuficiência. Mas o protocolo de prevenção das doenças cardiovasculares é a forma mais saudável e eficaz de evitar desfechos piores: não fumar, controlar o peso e a pressão arterial, comer de forma saudável e praticar atividade física, entre outros. Outro procedimento imperativo é desobstruir artérias entupidas se esta for a causa primária.

    O transplante é o recurso quando a terapia para IC não é capaz de melhorar ou estabilizar o quadro. Entre as razões que levam a esta situação está a não adesão à terapêutica proposta, negligenciando os remédios ou a escolha por uma vida mais saudável. Mas há pacientes que seguem todas as orientações e, mesmo assim, a IC continua a se agravar. É bastante variada a evolução.

    A IC afeta mais 64 milhões de pessoas no mundo e cinco anos pós-diagnóstico apenas 25% dos pacientes sobrevivem. No caso daqueles com 85 anos ou mais, somente 17,4% resistem.

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    Fim da fila

    Existe uma única lista de transplantes no país, gerida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sob responsabilidade do Ministério da Saúde. Todos que precisam de uma doação vão parar nessa mesma fila. Hoje o país amarga 65 mil pessoas para um transplante. A maior demanda é por rins, seguida por córneas, fígado, pâncreas e coração.

    Segundo uma das últimas atualizações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), em meados de agosto, 386 aguardavam um coração. Apesar da literal procura por um coração novo não ser a maior, é a mais delicada, uma vez que só quem vai à óbito por razões cerebrais é que está apto a ser doador e a ação ainda dependerá de fatores como peso, altura e tipo sanguíneo compatível. Na prática, esta espera pode durar 18 meses ou até mais. Um dos motivos é a falta de cultura de doação de órgãos no Brasil. De acordo com a legislação do país, mesmo falecidos que decidiram em vida, documentalmente, doar órgãos só serão transplantados se a família aceitar.

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    A manifestação pública do apresentador sobre a doença e sua necessidade de um transplante cardíaco colabora na disseminação da importância da doação de órgãos para salvar vidas. Vale lembrar que a fila dos transplantes não segue apenas uma ordem cronológica, mas fatores como gravidade e faixa etária também são considerados na hora de eleger o próximo da lista.

    História

    Em 3 de dezembro de 1967, o cirurgião sul-africano Cristiaan Barnard realizou o primeiro transplante de coração humano do mundo, na Cidade do Cabo, na África do Sul. O paciente, porém, de 54 anos, sobreviveu apenas 18 dias. A causa da morte foi pneumonia. Mais de 55 anos após esta conquista da cardiologia, 72% dos pacientes que recebem novo coração vivem 5 anos ou mais e 20%alcançam a marca de 20 anos. Vale ressaltar com uma qualidade de vida muito boa.

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    Os dois maiores riscos para os transplantados são a rejeição do órgão pelo organismo e as infecções causadas por medicamentos que controlam as respostas do sistema imunológico ao novo coração: as infecções são responsáveis por uma em cada três mortes no primeiro ano de cirurgia.

    Os Estados Unidos lideram o número de transplantes de coração, em 2016 foram 3.209 cirurgias, bem à frente da França, que aparece em segundo lugar, com 490 procedimentos. O Brasil vem em terceiro (357), seguido pela Alemanha e a Espanha.

    A SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo trabalha pela conscientização da importância de ampliar o número de doações de órgãos no país, especialmente de coração. Doar órgãos é a maneira de mostrar, na prática, que a vida sempre continua.

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    *Felix Ramires é cardiologista, diretor científico da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, professor livre docente da Faculdade de Medicina da USP, coordenador da cardiologia do hospital Samaritano paulista

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