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Suas pálpebras tremem? Entenda as causas e saiba quando se preocupar

Condição pode ser passageira ou, em caso de persistência, acusar problemas que exigem avaliação e tratamento especializados

Por Gustavo Rosa Gameiro e Tammy Hentona Osaki*
11 mar 2025, 08h00

Quem nunca sentiu o olho tremendo depois de uma semana exaustiva no trabalho? Esse pequeno incômodo, muitas vezes passageiro, é algo que praticamente todo mundo já experimentou. O tremor involuntário nas pálpebras, conhecido como mioquimia palpebral, costuma aparecer em momentos de grande cansaço, estresse ou até mesmo após noites maldormidas.

Embora seja, na maioria das vezes, inofensivo, é importante saber diferenciar esse fenômeno de outras condições que podem indicar problemas mais sérios, como o blefaroespasmo, o espasmo hemifacial e outras causas menos comuns.

A mioquimia palpebral é caracterizada por contrações rápidas e involuntárias da musculatura fina das pálpebras, geralmente unilaterais, que podem durar de segundos a minutos. Frequentemente, está associada a fatores como cansaço extremo, estresse, privação de sono, consumo excessivo de cafeína e uso prolongado de dispositivos eletrônicos.

A boa notícia é que ela não representa risco à visão, e medidas simples, como ajustar hábitos de vida, descansar e lubrificar os olhos, costumam ser suficientes para aliviar o desconforto.

Por outro lado, o blefaroespasmo essencial é uma distonia benigna que se caracteriza por contrações involuntárias repetitivas das pálpebras de ambos os olhos. Geralmente, surge por volta da quinta década de vida e é mais frequente em mulheres. Os episódios, inicialmente leves e intermitentes, tendem a se tornar mais frequentes e intensos ao longo do tempo, interferindo na visão e impactando na qualidade de vida.

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Apesar de sua causa exata não ser completamente compreendida, acredita-se que seja multifatorial e esteja relacionada a alterações nos circuitos motores do cérebro. O diagnóstico é clínico, e o tratamento padrão envolve a aplicação de toxina botulínica (mais conhecida como Botox), que relaxa os músculos afetados e reduz os sintomas.

Já o espasmo hemifacial é uma condição distinta que afeta não apenas as pálpebras, mas também outros músculos da face. Acredita-se que pode ser causado pela compressão ou irritação do nervo facial, geralmente por um vaso sanguíneo, e resulta em contrações involuntárias, geralmente unilaterais, estendendo-se para as bochechas e parte inferior do rosto.

O espasmo hemifacial é mais comum em mulheres e, além disso, o tratamento também consiste na aplicação de Botox nos músculos acometidos. Como o efeito das injeções dura cerca de quatro meses, reaplicações são necessárias para manter o controle dos sintomas.

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Outras condições também podem estar associadas a alterações nos movimentos das pálpebras. Distúrbios neurológicos, como esclerose múltipla e Parkinson, podem incluir contrações ou tremores nessa região, embora sejam mais raros e geralmente acompanhados de outros sintomas neurológicos significativos. Casos persistentes devem ser investigados para identificar possíveis causas subjacentes.

Embora a maioria dos casos de tremores nas pálpebras seja inofensiva e transitória, é importante buscar orientação médica se os tremores se tornarem contínuos, se persistirem por semanas, ou se as contrações se estenderem para outros músculos da face, como os das bochechas e canto da boca.

Reconhecer os sinais de alerta e consultar um oftalmologista especializado em doenças das pálpebras é fundamental para preservar a saúde ocular e assegurar a qualidade de vida.

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* Gustavo Rosa Gameiro e Tammy Hentona Osaki são oftalmologistas e pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

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