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Queimaduras solares: cremes e até medicamentos orais podem aumentar risco

Produtos contêm ingredientes que podem desencadear reação física quando a pele é exposta à luz UV; sinais comuns incluem erupções cutâneas e coceira

Por Paola Pomerantzeff*
Atualizado em 22 ago 2024, 08h20 - Publicado em 22 ago 2024, 08h00

A luz ultravioleta do sol pode causar estragos na pele em qualquer estação do ano. Mas muitas pessoas sequer imaginam que alguns produtos, como cremes noturnos, ácidos usados no rejuvenescimento e medicamentos comuns ​​podem ​​tornar a pele ainda mais suscetível a queimaduras solares e outras reações adversas.

É isso que chamamos de fotossensibilidade. Os sinais comuns incluem erupções cutâneas, coceira, inflamação ou sintomas semelhantes a queimaduras solares e irritações na pele. Embora esses sintomas geralmente se resolvam sozinhos, a exposição à luz UV com a barreira da pele já sensibilizada pode aumentar o risco de danos duradouros ou câncer de pele.

Alguns cremes e medicamentos – sejam eles orais, tópicos ou injetáveis ​​– contêm ingredientes que podem desencadear uma reação física quando a pele é exposta à luz UV. A gravidade da reação e a rapidez com que ela ocorre dependem da dosagem e da quantidade de tempo gasto ao ar livre.

O perigo no rejuvenescimento caseiro

A popularidade das rotinas de cuidados com a pele disparou graças às mídias sociais. Além de novas substâncias, velhos conhecidos como o ácido retinóico começaram a ganhar mais palco na internet.

Nem todas as pessoas estão cientes de que o ácido retinóico é um medicamento tópico. Além dele, algumas substâncias usadas em cosméticos como o retinol, alfa e beta-hidroxiácidos e até mesmo esfoliantes físicos, todos se usados sem orientação, ​​podem deixar a pele mais sensível.

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O que ocorre é que esse poder esfoliante, seja químico no caso do ácido ou físico no caso de esfoliantes, ajuda a remover a camada superior de células mortas da pele para suavizar e iluminar a pele, mas isso danifica nossa barreira de proteção natural.

Se não houver a limpeza da pele no dia seguinte, uma hidratação correta e o uso do fotoprotetor, o famoso protetor solar, esse dano na barreira facilitará a penetração da radiação UV na pele, o que pode causar inflamação nas células cutâneas.

Vermelhidão medicamentosa

Medicamentos para pressão arterial, como a hidroclorotiazida, e alguns antibióticos, como ciprofloxacino e doxiciclina, representam um exemplo comum de como alguns remédios podem fotossensibilizar a pele.

O mais importante é que os pacientes estejam cientes dos efeitos colaterais dos medicamentos que estão tomando e fiquem atentos caso precisem tomar precauções extras por causa disso.

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No próprio campo da Dermatologia, a isotretinoína, o tratamento curativo para casos severos de acne, também pode aumentar a fotossensibilidade da pele.

A melhor dica para evitar queimaduras solares continua sendo o uso do fotoprotetor diariamente em qualquer época do ano.

Para obter o fator de proteção solar (FPS) descrito na rotulagem é necessário aplicar 2mg/cm². Na face, essa medida equivale a uma colher de café cheia. Já no caso do corpo, o recomendado é aplicar uma colher de café no braço e antebraço direitos, uma colher no braço e antebraço esquerdos, duas colheres no torso (1 para a frente e 1 para as costas), duas colheres para a coxa e perna direitas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás), e duas colheres para coxa e perna esquerdas (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás).

Escolha um protetor com FPS de no mínimo 30 e proteção contra raios UVA. Além disso, use roupas de manga comprida e acessórios com fator de proteção ultravioleta (FPU) e evite a excessiva exposição solar direta. E, finalmente, tenha ainda mais atenção com o sol após o uso dos medicamentos tópicos e orais e o manuseio de frutas cítricas.

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* Paola Pomerantzeff é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)

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