Que tal um robô para operar seu joelho?
O planejamento robótico assegura maior segurança e orienta o cirurgião para o melhor posicionamento da prótese
A Ortopedia desenvolveu-se por uma necessidade de corrigir deformidades, restabelecer função e aliviar a dor. Desde os primórdios da civilização se tem registro de fosseis com fraturas consolidadas e alinhadas. Passando pelo Egito de 2830 A.C., foram encontradas múmias com imobilizações de bambu e próteses detalhadamente esculpidas em madeira. Mas, infelizmente, foi durante as guerras que a ortopedia se desenvolveu mais intensamente com a criação de hastes, placas, próteses, para que os soldados feridos voltassem mais rapidamente ao campo de batalha. De forma meteórica e numa velocidade exponencial, a tecnologia vem ocupando um papel importante na medicina. Na ortopedia não poderia ser diferente.
Há pouco mais de um ano, o ortopedista passou a contar com um auxiliar na sala cirúrgica para completar sua equipe, o robô. Além da habilidade manual, o ortopedista necessita ter excelente capacidade de orientação espacial tridimensional para conseguir o melhor alinhamento e posicionamento de ossos e implantes e, nesse quesito, o robô exerce importante papel. O robô é uma ferramenta que apresenta uma plataforma digital na qual fazemos os registros de dados do paciente por meio de radiografias digitais ou tomografias computadorizadas e interagimos com o robô para que seus braços articulados possam nos conduzir de forma precisa a alcançar na prática exatamente o que planejamos na plataforma robótica.
O robô não funciona de forma autônoma. Todos os movimentos realizados por ele na verdade são planejados pelo cirurgião. O robô nunca toma decisões próprias nem executa comandos que não tenham sido ordenados pelo cirurgião. O planejamento robótico nos dá maior segurança e nos orienta para o melhor posicionamento da prótese, nos aproximando o mais possível de um joelho natural.
A cirurgia robótica nos permite obter maior precisão no posicionamento dos implantes com uma maior previsibilidade do resultado. Embora o tempo cirúrgico seja aumentado, os trabalhos mostram que ao final da curva de aprendizado, isso não leva a maiores comorbidades ou complicações
O robô nos permite uma cirurgia menos invasiva do que a convencional, com menor sangramento, menos consumo de analgésicos no pós-operatório e consequentemente recuperação mais rápida e alta hospitalar mais precoce.
Há muito ainda para evoluir nessa tecnologia, mas não há nenhuma previsão de que o robô possa vir a substituir o cirurgião. Pelo contrário, ele deverá ser cada vez mais exigente em busca de melhores resultados, que virão a partir da maior precisão dada pelo robô em beneficio daqueles que venham a se submeter à cirurgia de prótese de joelho, quadril e certamente outras articulações num futuro breve.