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Pretende engravidar? Então durma bem desde já

Má qualidade do sono pode acelerar redução da reserva ovariana, atrapalhando a fertilidade e o sonho de ser mãe

Por Rodrigo Rosa*
7 Maio 2025, 17h00

O sono é um dos pilares mais importantes da saúde humana. E pode impactar significativamente as chances de engravidar, como documenta um novo estudo publicado revista científica Fertility and Sterility. A principal conclusão da pesquisa: a má qualidade do sono pode estar relacionada à diminuição da reserva ovariana.

A reserva ovariana refere-se ao estoque de óvulos que a mulher terá durante a vida. Esse estoque sofre uma diminuição com o passar dos anos até se esgotar na menopausa, marcando o fim da capacidade reprodutiva da mulher. Apesar de ser definida geneticamente, a reserva ovariana pode diminuir mais rapidamente por razões como exposição à radiação, doenças, cirurgias ovarianas e, como descoberto agora, a qualidade do sono.

O estudo incluiu 1070 mulheres com idade entre 20 e 40 anos que responderam um questionário de Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) para avaliação de duração, latência e qualidade do sono, assim como possíveis distúrbios. Elas também realizaram ultrassonografia transvaginal para avaliar a contagem de folículos antrais (CFA) e exames de sangue para verificar os níveis dos hormônios folículo estimulante (FSH) e anti-mülleriano (AMH).

Esses são os principais métodos para verificar o estado da reserva ovariana. O AMH é mais confiável por não apresentar variabilidade significativa entre ciclos, ao contrário do FSH, que tem alta oscilação dependendo do período da vida e da fase do ciclo menstrual. Quanto maior a reserva ovariana, maior é a concentração sanguínea de AMH. Já altos níveis de FSH indicam um menor estoque de óvulos.

As participantes foram divididas em dois grupos de acordo com a qualidade do sono e os resultados foram comparados levando em consideração fatores como idade e índice de massa corporal (IMC). Assim, observou-se que mulheres com baixa qualidade de sono possuíam maiores níveis de FSH e menores índices de AMH em comparação ao grupo que dormia bem.

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Além disso, no ultrassom, o grupo com baixa qualidade de sono apresentou menor contagem de folículos antrais, que são responsáveis por armazenar os óvulos imaturos prontos para se desenvolverem naquele ciclo.

Os resultados indicam uma associação entre sono ruim e diminuição da reserva ovariana, inclusive em grupos de diferentes idades. Mas o exato motivo ainda precisa ser elucidado, então mais estudos sobre o tema são necessários.

As hipóteses incluem: desequilíbrios no eixo cerebral hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), que, entre outras funções, controla as reações ao estresse e, consequentemente, pode afetar a fertilidade; alterações nos níveis dos hormônios reprodutivos devido a desregulação do sono; ou um comprometimento da imunidade devido a distúrbios do sono.

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No entanto, vale ressaltar que, caso os exames indiquem uma baixa reserva ovariana, ainda há chances de engravidar, pois, para isso, só é necessário um óvulo bom. Mas, claro, quanto mais óvulos, maiores são as chances de encontrarmos óvulos saudáveis. E cabe lembrar que hábitos de vida, incluindo o sono, também podem afetar a qualidade dessas células.

Se o estoque de óvulos não for tão grande, é recomendado buscar um especialista em reprodução humana. Se a mulher tem menos de 40 anos e está tentando engravidar por mais de seis meses, já é recomendado que ela procure um médico – algo que se torna ainda mais imperativo após a quarta década de vida.

* Rodrigo Rosa é ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, diretor clínico da Mater Prime e do Mater Lab, em São Paulo, e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH)

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