Nesta terça-feira, dia 21 de março, comemoramos o Dia Mundial da Síndrome de Down. Mais do que isso, é dia de chamarmos atenção para essa condição (não é uma doença!) que afeta cerca de 300 mil brasileiros. Estima-se que ocorra um caso para cada 700 a 1 mil nascimentos em todo
o mundo, com variações dependendo da etnia, classe social, idade materna e outros fatores. A data foi escolhida em função da alteração genética ocorrer justamente no cromossomo 21, que apresenta um par a mais (trissomia).
Há ainda uma crescente necessidade de se buscar maior conhecimento sobre a síndrome de Down em todos os seus olhares: clínicos, sociais, culturais e principalmente de inclusão. Os avanços no campo da pesquisa e tratamento possibilitou o diagnóstico preciso (antes mesmo do nascimento), intervenções e estímulos precoces (fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, e outros) possibilitando dar uma melhor qualidade de vida e bem-estar, além de aumentar a expectativa de vida das pessoas que vivem com a síndrome para 60 a 65 anos.
A intervenção precoce, com estímulos adequados permite uma maior adaptação e autonomia dessas crianças, exercendo toda a sua potencialidade, trazendo à tona discussões sobre educação, mercado de trabalho, inserção profissional, direitos sociais e qualidade de vida.
É momento de reflexão, entendendo que cada vez mais devemos valorizar a diversidade humana e oferecer equidade de oportunidades para que as pessoas com esta e outras condições exerçam seu direito de inclusão em todos os segmentos da comunidade.
* Renato Kfouri é pediatra neonatologista e infectologista