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O poder do peeling de fenol

Embora seja um procedimento agressivo em comparação com outros mais modernos, o peeling de fenol traz resultados inigualáveis no quesito rejuvenescimento

Por Adilson Costa
2 mar 2017, 14h27

A busca por uma pele jovial é um desejo universal. Trata-se de uma batalha que não só depende das forças dos médicos, através de suas habilidades técnicas, mas também do comprometimento dos pacientes em relação ao estilo de vida que impacta no cuidado do dia a dia com a pele.

É comum que a pessoa que chega ao consultório de um dermatologista peça por um tratamento que lhe dê resultados rápidos e sem dor. Pois bem: poucas são as possibilidades que associam as duas coisas. Para ser bem sincero, arrisco a dizer: nenhum tratamento consegue! Com base em um chavão da língua inglesa, o famoso no pain, no gain (em tradução livre, “sem dor, sem ganho”), em minha opinião, cabe muito bem a um tratamento específico: o peeling de fenol.

Um senhor de quase 70 anos, o peeling de fenol foi uma grande coqueluche entre as atrizes de Hollywood em meados do século passado, mas foi praticamente esquecido com a era dos lasers. Contudo, ele vem retornando aos consultórios dos dermatologistas com toda a força na última década. E há uma explicação: não tem qualquer outro procedimento estético não cirúrgico que proporcione resultados como os dele.

O fenol é um agente corrosivo que, associado a outras substâncias, gera uma mistura química potente que pode ser passada na pele do paciente por um médico experiente. Nota-se o cuidado: aplicado por um médico experiente, em ambiente cirúrgico e sob sedação potente. E vou lhe explicar o porquê.

O fenol é uma substância que se associa às proteínas da pele, alterando sua estrutura, desnaturando-as. Dessa forma, ele causa um dano na pele, atingindo planos profundos, como a parte superior da derme (derme papilar), fazendo-a descamar de forma potente, o que auxilia no surgimento de outra pele no local.

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Contudo, para isso, alguns cuidados devem ser tomados: ele deve ser indicado para o tipo certo de pele, ou seja, peles mais claras, já que a pele que virá é levemente mais pálida que a do restante do rosto onde ele não foi feito; o grau de envelhecimento deve ser de moderado a grave; o paciente não pode ter problemas cardíacos, já que ele pode ser absorvido durante o procedimento, dando arritmias transitórias que podem necessitar de uso de medicamentos para a estabilização da função do coração; não pode ser usado em região extra-facial, haja vista que o surgimento de cicatrizes permanentes será inevitável; a pele fica bem “machucada”, soltando escamas grandes e úmidas por algumas semanas, havendo necessidade importante de limpeza para não infeccionar; após o procedimento, ocorre um vermelhidão residual que pode durar alguns meses, mas que pode ser facilmente escondida com uso de maquiagem; e, por fim, o sol deverá ser evitado por até um ano.

Por isso a necessidade de um médico experiente para realizá-lo. Além do mais, existem fórmulas mais recentes que atenuaram sua intensidade, sem grandes perdas para os resultados estéticos a serem atingidos.

Ao ler as informações acima, você pode pensar: “meu Deus, nunca farei isso!”. Contudo, não seja radical. É um tratamento muito bom, capaz de dar um rejuvenescimento da pele equivalente à aparência de algumas décadas anteriores àquela na qual o paciente se encontrava antes do procedimento, sem comparação ao resultado de outros disponíveis atualmente. De fato, esse “sessentão” dá um show de desempenho em muito procedimento moderno.

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Nem sempre é momento certo para realizá-lo. O ideal é que a pele esteja preparada com o uso de filtros solares e cremes noturnos à base de ácidos. Isso deixará a pele mais uniforme, auxiliando a penetração do peeling quase que por igual por toda a face. Faz-se isso de 30 a 90 dias antes do procedimento, dependendo do grau de envelhecimento do paciente. Logo, seria interessante preparar a pele no final do verão, para fazê-lo no inverno, quando a incidência solar é menor e a exposição a ambientes abertos é diminuída, o que diminui o desconforto social e a atuação negativa do sol sobre essa pele extremamente fina e delicada.

Bom, convenceu-se? Então, converse com seu dermatologista. Não convencido, não critique o peeling de fenol e, se achar que tem indicação para ele, converse com seu dermatologista, também. Na minha experiência, quem fez, arrependeu-se de não ter tomado a decisão de o fazer antes. Até nosso encontro do próximo mês!

 

Adilson Costa
(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)
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