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Fé e fertilidade

Um novo estudo brasileiro mostra que mulheres com fé, submetidas a tratamentos de fertilidade, têm maior chance de engravidar

Por Edson Borges
26 fev 2018, 13h12

Oito em dez pessoas afirmam pertencer a um grupo religioso. Muitos pacientes procuram a espiritualidade para aliviar os sofrimentos causados por doenças ou para encontrar forças para sua aceitação ou enfrentamento. E realmente foi comprovado cientificamente que pessoas espiritualizadas podem diminuir o risco de alguns tipos de doenças como as cardiovasculares, o diabetes, acidentes vasculares cerebrais, infartos e insuficiência renal. Atualmente, em algumas escolas de medicina, os alunos já possuem matérias sobre a importância da espiritualidade no processo de cura.

O impacto da fé na saúde

O impacto da fé nos tratamentos de transtornos psiquiátricos é estudado há longo tempo. Pesquisadores apuraram sua atuação em diversas áreas cerebrais, com destaque para o sistema límbico, o responsável pelas emoções. Altruísmo e solidariedade são características preponderantes nos indivíduos espiritualizados, independentemente da religião, o que reforça o efeito calmante da fé.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Toronto, no Canadá, analisou as atividades cerebrais dos participantes com aplicação de um teste conhecido como Stroop e constatou que a fé pode diminuir a ansiedade, a depressão e o estresse, bem como o medo de enfrentar o que parece incerto e desconhecido.

A intervenção médica no processo de procriação demanda reflexões que afetam diversas áreas do conhecimento humano, para estudar os processos mentais (sentimentos, pensamentos e razão) e o comportamento dos pacientes. A literatura científica demonstra que a esterilidade fere como morte, pois enquanto esta atinge a vida do corpo, a infertilidade atinge a vida através da descendência e da frustração pela impossibilidade de gerar.

O novo estudo

Nosso grupo realizou um estudo prospectivo incluindo 877 pacientes que se submeteram a técnica de ICSI – injeção intracitoplasmática de espermatozoide (técnica de fertilização in vitro que escolhe um espermatozoide para fecundação do óvulo em laboratório) e preencheram questionário com informações sobre fé, religiosidade e espiritualidade.

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Relacionados fatores importantes como idade das pacientes, número de óvulos obtidos por tratamento, e qualidade embrionária, o grupo foi avaliado considerando aqueles que manifestaram fé em algum tipo de religião e aqueles que se declararam sem religião ou fé.

O poder da espiritualidade

As taxas de fertilização, isto é, a capacidade do espermatozoide fecundar o óvulo, foram de 85% para aqueles do grupo que tem fé, contra 70% para o outro grupo, com um aumento percentual de 20%. O número dos embriões obtidos para transferência uterina dos pacientes espiritualizados foi igual a 3, contra 1,2 dos não espiritualizados. Também quando comparada a taxa de gravidez do grupo de pacientes com fé e espiritualidade, esta foi de 41,6% contra 23% do grupo sem religião ou fé.

Muito interessante foi que, independentemente da religião declarada, ter uma religião ou fé, influenciou positivamente nos resultados dos tratamentos. A espiritualidade, portanto, desempenha uma importante ferramenta no ajuste dos aspectos psicológicos de um paciente infértil.

Dado que a oração ou outras abordagens espirituais são estratégias seguras e de baixo risco, não medicamentosas, nós profissionais de reprodução humana e a comunidade médica como um todo, precisamos estar cientes de usá-las como coadjuvantes nos tratamentos.

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Edson Borges

 

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