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Esportes de velocidade na Olimpíada: como os atletas podem prevenir lesões

Especialista esclarece a que problemas os competidores estão expostos e como podem minimizar a probabilidade de encarar uma lesão muscular

Por Samir Daher*
1 ago 2024, 10h58

Estamos assistindo aos Jogos de Paris de 2024 e uma questão costuma vir à mente: será que os atletas de provas de velocidade, como os 100, 200 ou 400 metros rasos, não estão expostos a muitas lesões?

Convém esclarecer que a menor parte das lesões musculares ocorre nas provas em si. Até 70% delas acontecem, na verdade, durante os treinos, realizados com maior frequência e com maior intensidade que aquela exigida nas competições.

Sofrem mais os músculos da coxa e da panturrilha, além das articulações dos membros inferiores. O atleta também está exposto a riscos a coluna lombar.

Apesar de as lesões serem pouco frequentes durante as provas, é um grande choque para os amantes do esporte quando os atletas de alto desempenho se machucam. Geralmente, a ocorrência de lesão nos eventos é de aproximadamente 30%.

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Os problemas ocorrem majoritariamente nos treinamentos de rotina. São os mais comuns: distensão – ruptura da fibra do músculo – ou contratura muscular – espasmos musculares – e tendinite – inflamação de tendões -, além das fraturas por estresse.

A ocorrência de lesão normalmente significa que houve falha no treinamento do atleta. Os motivos mais comuns são os excessos de carga ou de exercícios, que sobrecarregam os músculos. O problema é intensificado com o pouco tempo de intervalo entre um treino e outro, o que dificulta a recuperação.

Outros fatores também podem influenciar na resistência muscular e na ocorrência de lesões. É o caso de alterações do sono, que prejudicam o descanso reparador, e alimentação inadequada ou desidratação, que impactam na capacidade da recuperação do músculo.

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Por outro lado, as lesões podem ser prevenidas. A melhor maneira é ter uma boa equipe técnica ao lado. Idealmente ela deve contar com preparador físico, médico do esporte, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo, para acompanhar os atletas de velocidade do preparo até a competição.

A realização recorrente de exames laboratoriais, a obediência a um plano alimentar e o acompanhamento terapêutico auxiliam de maneira significativa a prevenir as lesões dos competidores.

Também deve ser discutida a pressão psicológica sobre os atletas. Os corredores se preparam por um longo período, que pode ser de quatro anos – no caso daqueles que participam de um ciclo olímpico -, para competir em provas com duração de segundos.

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A presença de uma equipe multidisciplinar é importante, mas cabe ressaltar que os competidores também são responsáveis pela prevenção de lesões. Por isso, devem respeitar os programas de treinamento, os planos alimentares, os horários de sono e as orientações médicas.

Porém, seguir esse planejamento exige maturidade e determinação, pois vão precisar se esquivar de comemorações noturnas, banquetes com guloseimas, bebidas alcoólicas e desgastes emocionais.

Respeitar os planejamentos é difícil, pois, apesar de corredores, os atletas também são seres humanos. Porém, por utilizar ao extremo suas condições físicas e mentais, precisam de cuidados especiais com a saúde. Detalhes podem influenciar no rendimento do competidor.

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Por fim, o treinamento dos atletas que competem em provas de velocidade é diário e intenso. Para atingir a alta velocidade – a “explosão” -, os esportistas precisam correr e realizar exercícios de força e resistência várias vezes na semana e por horas seguidas. E são nesses treinamentos exaustivos que ocorrem as lesões.

O principal sintoma da lesão muscular é a dor. Pode iniciar com a sensação de “fisgada” na região machucada. O incômodo pode dificultar a realização de movimentos e, consequentemente, o treinamento e a participação em provas.

Infelizmente, as mulheres são as mais suscetíveis a se machucarem. Os motivos são a composição óssea anatômica e as variações hormonais. Mas, isso não deve desencorajá-las de correrem, pois, se seguirem as orientações técnicas, a chance de lesão é pequena.

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O tratamento das lesões musculares é feito a partir do acompanhamento médico e principalmente do fisioterapêutico. O processo pode demorar de uma a quatro semanas para a recuperação completa da região machucada. O período de reabilitação depende do tamanho da área lesionada.

Apesar dos riscos e das exigências físicas e mentais, as provas de velocidade podem ser realizadas de modo seguro. Para isso, o melhor caminho é a prevenção, seguindo as orientações da equipe multidisciplinar. Assim, os corredores terão o melhor rendimento com a mínima chance de lesão.

* Samir Daher é médico do esporte e diretor do Serviço de Medicina do Exercício e do Esporte do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe)

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