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Conheça as doenças da hipófise, a glândula mestre

A hipófise, uma pequena glândula do tamanho de uma ervilha, está localizada no centro geométrico da cabeça. Ela é a grande maestra do sistema endócrino: controla as funções da tireoide, das adrenais, das mamas, do crescimento, do controle hídrico e o sistema das gônadas. Para tal, produz ou distribui diferentes hormônios. O diagnóstico dos tumores […]

Por Arthur Cukiert
Atualizado em 30 jul 2020, 21h23 - Publicado em 9 nov 2016, 12h00
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    A hipófise, uma pequena glândula do tamanho de uma ervilha, está localizada no centro geométrico da cabeça. Ela é a grande maestra do sistema endócrino: controla as funções da tireoide, das adrenais, das mamas, do crescimento, do controle hídrico e o sistema das gônadas. Para tal, produz ou distribui diferentes hormônios.

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    O diagnóstico dos tumores de hipófise é facilmente feito por meio de ressonância magnética. Eles representam cerca de um quinto de todos os tumores cerebrais, e alguns de seus tipos predominam nitidamente em mulheres. Esses tumores podem secretar os hormônios que naturalmente são secretados pela hipófise, só que em quantidade muito maior. Isso pode levar a diferentes problemas médicos, dependendo do hormônio secretado.

    Em mulheres, são comuns os prolactinomas, que secretam em excesso o hormônio prolactina. Esse hormônio está envolvido na lactação, e está naturalmente elevado durante a amamentação. Seu excesso causado por um tumor promove lactação fora de hora. Esse tipo de tumor de hipófise é o mais comum e é o único cujo tratamento é feito preferencialmente por meio de medicação, ao contrário dos outros tipos, que são primeiramente tratados com cirurgia. O tratamento por meio de medicação é eficaz em 85-90% dos indivíduos.

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    Ainda em mulheres, são mais comuns que nos homens os tumores que secretam o hormônio adrenocorticotrófico. Esse é o hormônio que controla as glândulas adrenais e, portanto, a secreção do hormônio cortisol, que é importante nas reações de stress do organismo. O excesso desse hormônio dá origem a uma doença conhecida como Cushing, em que ocorre ganho de peso inexplicável, alteração ou ausência de menstruação e estrias. Além disso, a doença causa hipertensão arterial e diabetes severo, que contribuem decisivamente para uma piora da saúde em geral.

    O tumor hipofisário pode secretar excesso de hormônio de crescimento. Se isso ocorrer em crianças e adolescentes, esses indivíduos crescerão demasiado, tornando-se gigantes. Se ocorrer em indivíduos adultos, as extremidades (mãos, pés, nariz, língua) crescerão, dando origem a uma doença que chamamos de acromegalia. Os indivíduos com esse tipo de tumor possuem também risco aumentado para o aparecimento de tumores em outras partes do corpo, bem como de problemas cardíacos.
    Cerca da metade dos tumores da hipófise não secreta nenhum tipo de hormônio, e causa sintomas somente quando atinge tamanho suficiente para comprimir as estruturas cerebrais ao redor, em especial os nervos da visão.

    O tratamento adequado desses tumores pode levar ao desaparecimento completo dos sintomas causados por eles, bem como à diminuição dos riscos à saúde que em geral ocasionam. Esses tratamentos devem ser sempre iniciados o mais breve possível.

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    O tratamento cirúrgico é o preferido na maioria dos indivíduos que possuem tumores hipofisários que não sejam prolactinomas . A cirurgia hipofisária desenvolveu-se enormemente nas últimas décadas. Em seus primórdios era realizada por meio de abertura do crânio, sem iluminação e magnificação adequadas, com resultados bastante ruins. A introdução do microscópio cirúrgico foi um grande avanço, e o tratamento realizado pelo nariz tinha resultados bem melhores. No entanto, foi o aparecimento da neuroendoscopia que revolucionou na última década o tratamento dos indivíduos portadores de tumores hipofisários. Modernamente, times multidisciplinares, com otorrinolaringologistas e neurocirurgiões trabalhando em conjunto, utilizam endoscópios de altíssima resolução, em 2D ou 3D; consegue-se comumente a retirada do tumor e a preservação da hipófise. Além disso, métodos de imagem de alta resolução, como a neuronavegação e a ressonância magnética também foram incorporados pelos cirurgiões que operam a glândula hipófise. Como em outros tipos de cirurgia, a experiência do cirurgião e da equipe que o assessora é fundamental no resultado. Com adequada atenção médica, o tratamento é em geral eficaz.

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