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Bebês prematuros: a batalha silenciosa desde o primeiro suspiro

Cerca de 11% dos nascimentos no Brasil são prematuros. Cada um desses bebês e suas famílias podem embarcar em uma jornada para vencer desafios

Por Gabriel Variane*
21 nov 2024, 09h35
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  • A prematuridade é um desafio de saúde pública global, afetando 15 milhões de bebês por ano e sendo uma das principais causas de mortalidade e complicações na infância. No Brasil, essa realidade também preocupa: 11% dos nascimentos ocorrem antes do tempo ideal.

    Desde os primeiros minutos de vida, esses bebês enfrentam batalhas que podem impactar seu desenvolvimento ao longo dos anos. Estima-se que cerca de metade dos que sobrevivem a um nascimento extremamente prematuro — antes das 28 semanas de gestação — terão algum comprometimento no neurodesenvolvimento, com déficits motores, cognitivos, comportamentais e sociais.

    Para diminuir esses impactos, investir em cuidados preventivos e intensivos é crucial. Um pré-natal de qualidade, com a identificação de riscos como infecções maternas e hipertensão, faz uma grande diferença. Além disso, o cuidado obstétrico especializado em partos prematuros ajuda a minimizar complicações ao nascer.

    O Programa de Reanimação Neonatal, promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria, capacita milhares de profissionais para intervirem de forma rápida e eficaz nos primeiros momentos de vida.

    Na UTI neonatal, os pequenos recebem o suporte intensivo, quando necessário, para estabilização e prevenção de sequelas. Nesse cenário, a saúde digital e as práticas de saúde baseadas em valor têm sido grandes aliadas.

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    Ferramentas de monitoramento remoto e inteligência artificial possibilitam diagnósticos precoces e a prevenção de complicações. Já a saúde baseada em valor tem como foco promover o bem-estar não apenas dos bebês, mas também de suas famílias e dos profissionais envolvidos, oferecendo uma jornada mais equitativa, eficiente e reduzindo custos para o sistema de saúde.

    O envolvimento da família nos cuidados diários na UTI neonatal é fundamental. O método canguru, que promove o contato pele a pele entre o bebê e seus pais, não só estabiliza os sinais vitais e estimula o ganho de peso como fortalece o vínculo emocional e reduz o tempo de internação, favorecendo o desenvolvimento desses pequenos guerreiros.

    Após a alta, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é essencial para garantir o crescimento saudável do bebê. Além dos pediatras, outros profissionais, como enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas, podem atuar juntos, estimulando o neurodesenvolvimento com intervenções precoces.

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    O Novembro Roxo, mês da prematuridade, nos lembra do compromisso com cada bebê prematuro e suas famílias. É um chamado para que todos se mobilizem e ofereçam apoio, promovendo cuidados que transformam vidas e constroem futuros cheios de possibilidades.

    * Gabriel Variane é médico neonatologista, fundador da PBSF (Protecting Brains & Saving Futures) e do Instituto Protegendo Cérebros Salvando Futuros, diretor médico da UTI Neonatal Neurológica da Santa Casa de São Paulo, membro do Grupo Executivo do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria e presidente eleito da Newborn Brain Society

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