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Apneia do sono: um inimigo invisível da saúde mental

Distúrbio marcado por roncos e interrupções temporárias na entrada do ar pode estar por trás de fadiga e contribuir para transtornos psíquicos

Por Geraldo Lorenzi Filho*
29 jan 2025, 11h00

Quando se fala em saúde mental, é fundamental refletir sobre um fator frequentemente negligenciado, mas essencial para o bem-estar emocional: o sono.

Nesse contexto, a apneia obstrutiva do sono, condição que afeta milhões de pessoas, gera muito mais do que um simples cansaço. Ela está diretamente associada ao agravamento de transtornos emocionais, como a depressão e a ansiedade.

Detectá-la e tratá-la, portanto, é algo essencial para preservar a qualidade do sono e o equilíbrio mental.

A apneia do sono é caracterizada por pausas na respiração durante o sono, causadas por obstruções nas vias aéreas superiores. Essas interrupções ocorrem repetidamente, resultando no sono fragmentado e de baixa qualidade, o que prejudica a recuperação do corpo e do cérebro.

Como consequência, surgem sintomas como fadiga excessiva, irritabilidade e dificuldades de concentração. Pacientes frequentemente relatam sonolência diurna, cansaço persistente e dores no corpo, comprometendo significativamente a qualidade de vida.

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Além disso, a apneia do sono está relacionada à alteração de processos cerebrais que influenciam o humor. O sono interrompido afeta a produção de neurotransmissores, como a serotonina, que regula tanto o humor quanto o sono. Quando os níveis de serotonina ficam desequilibrados, as pessoas se tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos emocionais, como depressão e ansiedade.

Assim, a apneia do sono pode contribuir para o agravamento desses distúrbios, tornando o tratamento mais desafiador.

Outro impacto importante da apneia é a hipoxemia intermitente, fenômeno no qual o oxigênio no sangue diminui a níveis prejudiciais durante a noite. Esse processo gera estresse oxidativo e inflamação no cérebro, afetando áreas envolvidas no controle das emoções.

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Além disso, a apneia provoca um aumento nos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que agrava ainda mais a saúde mental. Com o tempo, a inflamação crônica gerada pela apneia pode prejudicar a função cerebral, exacerbando os sintomas emocionais.

Felizmente, a apneia do sono é tratável. O uso do CPAP (aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas) melhora a qualidade do sono ao manter as vias aéreas abertas, prevenindo interrupções respiratórias. Isso resulta em um sono mais profundo e restaurador, diminuindo a sonolência diurna e promovendo uma melhora na disposição, memória e desempenho cognitivo.

Além disso, o tratamento da apneia pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão, propiciando um equilíbrio emocional e facilitando o enfrentamento do estresse diário.

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Uma forma simples de perceber se a apneia está impactando sua saúde mental é observar os efeitos de uma noite mal dormida. Se você acorda cansado, irritado, com dificuldades de concentração e um humor instável, esses podem ser sinais de que a apneia do sono está presente.

Em resumo, a apneia do sono é mais do que um distúrbio respiratório: ela representa uma ameaça silenciosa à nossa saúde mental. A fragmentação do sono, a hipoxemia intermitente e o desequilíbrio nos neurotransmissores podem intensificar transtornos como a ansiedade e a depressão, comprometendo o bem-estar emocional.

Por isso, é crucial buscar o diagnóstico e o tratamento adequados, pois, ao cuidar da saúde física, estamos também protegendo nossa saúde mental.

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* Geraldo Lorenzi Filho é pneumologista, especialista em Medicina do Sono, diretor médico da Biologix e coordenador do Laboratório do Sono do InCor

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