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A importância do Nobel de Medicina ter ido para as vacinas de RNAm

Contra o negacionismo, o prêmio coroa esse enorme avanço da ciência, uma verdadeira revolução para a prevenção e tratamento de muitas doenças

Por Renato Kfouri*
Atualizado em 10 Maio 2024, 08h43 - Publicado em 9 out 2023, 10h55
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  • O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2023 foi dividido entre a bioquímica húngara Katalin Karikó e o médico norte-americano Drew Weissman, por suas descobertas sobre o RNA mensageiro (RNAm), que possibilitou o desenvolvimento de vacinas com essa tecnologia durante a pandemia da Covid-19. Segundo a Comissão do Nobel, “os laureados contribuíram para uma taxa de desenvolvimento de vacinas sem precedentes, durante uma das maiores ameaças que a saúde humana já enfrentou na era moderna.”

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    As vacinas de RNAm carregam uma parte do código genético do vírus, com as instruções para que as células do próprio vacinado produzam proteínas específicas do vírus, sem riscos de causar doença. Essa proteína (antígeno) é exposta ao nosso sistema imune que a identifica e produz anticorpos contra ela. Assim, como todas as vacinas, quando alguém imunizado se infecta, já existe um sistema de defesa pronto para combater a infecção.

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    O grande mérito dos pesquisadores reside principalmente na especificidade com que a nova plataforma de vacina induz à produção de defesa, além de sua enorme plasticidade. Ao alterar a “mensagem” do RNA, podemos adaptar a formulação da vacina para novas variantes com extrema rapidez.

    Outra característica importante da descoberta, é que as vacinas elaboradas com essa tecnologia são sintéticas, quer dizer, não dependem de material biológico, acelera o processo de produção e aumenta a biossegurança de toda a cadeia de produção.

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    As vacinas contra a Covid-19 foram responsáveis pelo controle da maior pandemia dos tempos modernos, salvando milhões de vidas. Mas, para além da crise sanitária, a plataforma RNAm já vem sendo estudada para diversas outras doenças infecciosas como o sarampo, gripe, vírus sincicial respiratório, entre outros.

    O futuro é promissor. Induzir a produção de proteínas que possam combater doenças como o diabetes, doença de Alzheimer e diversos tipos de câncer cria a perspectiva e a esperança de um futuro mais saudável, através das vacinas terapêuticas.

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    Resta ainda o desafio de universalizar seu acesso, baratear seus custos e transferir tecnologia para outros laboratórios com o intuito de aumentar a capacidade produtiva.

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    O prêmio coroa esse enorme avanço da ciência, uma verdadeira revolução que abre uma janela de oportunidades para a prevenção e tratamento desta e de tantas outras doenças.

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    Ao receber o prêmio Karikó disse: “Se você gosta de resolver problemas, a ciência é para você”. Dito e feito!

    *Renato Kfouri é médico infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pediatra, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) 

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