A nova etapa de bonança econômica, consequência da alta nos preços das commodities minerais e agrícolas, criou tumulto no fluxo mundial de navios de carga. Faltam navios e contêineres, sobra congestionamento nas rotas e os preços dos fretes marítimos dispararam.
O aumento médio foi de 93% nos últimos 3 meses, informaram 90 grandes empresas exportadoras brasileiras à Talura, especializada em fretes. Mas há casos em que o valor cobrado no transporte internacional simplesmente triplicou, constatou Arthur Lee, responsável pela seção de Desenvolvimento e Marketing, ao analisar os resultados.
A dificuldade para embarcar mercadorias é crescente desde março para sete de cada dez empresas consultadas. Mais da metade (57,3%) informaram ter perdido contratos de venda no exterior por causa disso.
Na origem das perdas, as empresas destacaram o alto custo da operação de armazenamento e transporte (40%) e o aumento do tempo para a carga chegar ao destino (30%).
As dificuldades se multiplicam para os exportadores brasileiros porque são poucos os portos disponíveis e é muito alta a concentração em Santos, para onde convergem quase metade das cargas para transporte ao exterior. No Brasil, os custos portuários estão bem acima da média mundial, mas fazer o embarque por Santos acaba sendo relativamente mais barato entre os portos nacionais.
Todas as previsões são de que esse tumulto no comércio marítimo internacional vai prosseguir pelo menos até o próximo ano. Com o custo dos fretes em alta.