“O Brasil é tão rico e tem um povo tão pobre. Discrimina pela região, cor da pele, pelo gênero. A cara mais pobre do Brasil, e é com muita dor que digo isso: é de uma mulher negra e nordestina. É inadmissível (…) A tributação no Brasil vai mais no consumo, o que afeta mais as pessoas pobres. Para reduzir essas desigualdades, imediata transferência de renda, permanente e com porta de saída, qualificando o jovem, a mulher, o desempregado, para aquela família abrir espaço para que outras família possam se beneficiar também do Auxílio Brasil. Paralelo a isso, a adoção de outro sistema tributário. Uma reforma tributária, e investimento na indústria do conhecimento. A União deve ser parceira dos estados e municípios para abrir creches instituições de ensino, como creches e escolas nos estados e municípios (…) Nunca nós tivemos tanta consciência da importância do Sistema Único de Saúde na nossa vida, e dos agentes comunitários de Saúde, através de um dos programas que é o de estratégia, Saúde da Família. E nunca nós vimos tão importante os nossos agentes, assistentes sociais indo em cada casa, vendo se a pessoa estava vacinada, se filho estava sendo bem tratado, se estava passando necessidade porque não tinham como ir às escolas, elas estavam fechadas, e as crianças não tinham merenda escolar. Então, são programas dos mais essenciais, fazem parte de dois sistemas universais para o Brasil o SUS e o Suas [Sistema Único de Assistência Social]. A gente comete um erro, eu mesmo quando prefeita [de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul] e professora, cometia esse erro, de achar que só 10% dos serviços públicos são de responsabilidade da União — segurança nacional, ensino universitário e, no compartilhamento com Estados e Municípios, a área da saúde da assistência. De achar que uma área menor ainda é responsabilidade dos governos estaduais: segurança e ensino médio. O resto tudo é de responsabilidade dos Municípios. É verdade, a gente só se esquece de dizer que a própria Constituição coloca os serviços mais essenciais como atribuição compartilhada. Para que esse dinheiro chegue na mão dos prefeitos, falta a União assumir a coordenação nacional das políticas públicas essenciais para a vida da população brasileira.”
(Simone Tebet, candidata presidencial do MDB.)