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Sem juízo político e criminal dos apoiadores, a barbárie terá passe-livre

Presidente do STF diz que "terroristas" serão "exemplarmente punidos". Alexandre de Moraes inclui financiadores, instigadores e agentes públicos envolvidos

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 jan 2023, 20h47 - Publicado em 8 jan 2023, 18h25

A invasão do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto foi crime planejado, organizado e anunciada. Nela ficou visível um fracasso coletivo, dos governos federal e do Distrito Federal, do Congresso e do Judiciário.

Não conseguiram se preparar, e muito menos atuar de forma coordenada, na prevenção e repressão de um evento golpista programado para três dias, com evidente potencial de tumulto e tragédia, e que não se restringia a Brasília. Isso, apenas seis dias depois da bem organizada operação de segurança da posse presidencial.

Além da intervenção federal decretada por Lula na segurança pública do Distrito Federal, as consequências políticas são imprevisíveis — às 19 horas deste domingo (8), o vandalismo na Esplanada dos Ministérios começou a ser contido, com dezenas de ativistas algemados e presos.

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, convocou sessão extraordinária nesta segunda-feira (9) para decisão legislativa sobre a intervenção federal decretada por Lula no sistema de segurança pública do Distrito Federal.

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(Quaest/VEJA)

O radicalismo bolsonarista conseguiu um dos seus objetivos: demonstrar a fragilidade dos Três Poderes na organização de juízo político e criminal dos envolvidos direta e indiretamente na insurreição, notoriamente apoiados por políticos, com e sem mandato, e seus financiadores.

Ficou evidente o desmoronamento da tática de contemporização com o extremismo, com histórico de vandalismo no centro da capital e um flagrante de tentativa de atentado terrorista em Brasília, no último dia 12.

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Há mais de dois meses, grupos de bolsonaristas radicais se abrigam em área sob jurisdição militar, diante do Quartel-General do Exército, em Brasília. Foram reunidos e mobilizados em diferentes cidades, com conhecido financiamento, incentivos e transporte de uma rede de apoio integrada por empresários e parlamentares — parte já identificada em inquéritos conduzidos nos últimos três anos pelo STF, ainda sem conclusão.

Uma concentração foi programada para o fim de semana na capital. No sábado (7), chegaram grupos de outras cidades, com alimentação garantida e transportados em dezenas de ônibus alugados, estacionados em terrenos baldios no Setor Militar Urbano e, também, na Vila Planalto, área próxima à Praça dos Três Poderes.

A convocação foi pública, via redes sociais. A organização e instruções aos grupos estava visível aos agentes dos serviços de segurança infiltrados no “acampamento” desde novembro. Os serviços de transporte utilizados estavam expostos ao ar livre nos estacionamentos improvisados de ônibus e caminhões – todos com placa de identificação visível.

No domingo (8), bolsonaristas radicais atravessaram 12 quilômetros de distância que separaram a área de concentração, diante do QG do Exército, e o Palácio do Planalto. Percorreram os 17 quilômetros de extensão de pistas e gramado molhado – a época é de chuvas — da esplanada dos Ministérios.

Não havia contenção, salvo uma barreira de grades de alumínio móveis guarnecida por um pelotão de policiais, logo vencido. O governo do Distrito Federal é responsável direto pela segurança pública, recebe R$ 16 bilhões por ano do orçamento da União.

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(Quaest/VEJA)

O secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, viajou para Miami, onde se refugiou seu antigo chefe. A tropa de choque da Polícia Militar só foi acionada duas horas depois de iniciadas as cenas de vandalismo, transmitidas ao vivo pelas redes sociais e de televisão.

Por volta das 20hs de domingo, a presidente do STF, Rosa Weber, classificou como “terroristas” os protagonistas da invasão das sedes dos Três Poderes, garantindo-lhes processo e julgamento: “O STF atuará para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos.”

O juiz Alexandre de Moraes, relator de inquéritos sobre participação de políticos e empresários na organização de atos golpistas, também usou a expressão “terroristas”: “Serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos.”

Os Estados Unidos são referência em investigação e punição dos protagonistas da tentativa de golpe comandada por Donald Trump, em janeiro do ano passado.

Sem juízo político e criminal rápido, aberto dos autores, políticos e empresários simpatizantes, apoiadores e patrocinadores — incluindo parlamentares federais e estaduais -— a barbárie terá passe-livre.

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