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Informação e análise

PT acha que Lula está frágil e sob chantagem do Centrão

Candidatos petistas evitaram criticar Lula. Concentraram fogo em Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jun 2025, 08h00

Se Lula perguntasse o que está errado no governo, ouviria dos candidatos à presidência do Partido dos Trabalhadores: “A economia.”

As diferenças se restringem à forma e ao tom das críticas, demonstraram Edson (“Edinho”) Antonio da Silva, Rui Falcão, Romênio Pereira e Valter Pomar que disputam o comando do PT na eleição interna marcada para 7 de julho. Eles participaram de uma reunião pública nesta segunda-feira (2/6), em Brasília.

Confirmaram Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, como novo alvo preferencial na censura à política econômica do governo Lula. Ele recebeu as críticas mais ácidas, mas não esqueceram Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

É notável que em duas horas de reunião ninguém tenha se preocupado em defendê-los — embora Haddad seja visto no PT como possível substituto de Lula na disputa presidencial do ano que vem.

É curioso, também, que nenhum dos candidatos à presidência do partido tenha ousado criticar Lula pelo desempenho que consideram ruim do governo.

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“É inaceitável continuarmos a conviver com a taxa de juros (14,75%) maior do que aquela do Roberto Campos (Neto) que era chamada de política de lesa-pátria”, disse Rui Falcão, deputado federal por São Paulo, ao propor um distanciamento crítico do partido em relação ao governo.

Acrescentou: “É, também, inaceitável que a gente deixe correr (no Congresso) as propostas que estão sendo encaminhadas não só para a independência do Banco Central, mas para a autonomia definitiva (do BC), com segurança financeira, criando-se ‘empresa’ nova, na verdade desvinculada de qualquer política pública no país.”

Um erro político foi consumado no BC, observou Romênio Pereira, burocrata do partido: “Não dá para o nosso governo indicar o atual presidente do Banco Central, e ele colocar para a população mais pobre do nosso país a maior taxa de juros. Isso é inaceitável, por isso, quero um partido mais independente, que possa dizer para o governo que há caminhos errados.”

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Perdeu-se a perspectiva daquilo que é mais importante, o papel do Estado na economia, completou Valter Pomar, que se apresenta como “revolucionário profissional”. Influente numa fração socialista do PT, ele argumentou sobre a impossibilidade de protagonismo do Estado, que julga essencial ao desenvolvimento, “enquanto a gente estiver sob a ditadura do capital financeiro e sob o império do novo marco fiscal com seu impossível objetivo de realizar um ‘déficit zero’.”

Exemplificou com a disputa entre o governo e o Congresso sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras. Pomar sugeriu que Lula está numa posição política de extrema fragilidade diante de partidos que compõem o Centrão: “Quando o (presidente da Câmara) Hugo Mota dá dez dias para o governo mudar ou ser mudado na marra, isso é tem nome: é chantagem. O governo fez certo quando quis cobrar dos ricos, fez errado quando recuou e, agora, está sob ameaça de fazer mais recuos ainda.”

“O que eles querem” — continuou — “é nos obrigar a fazer um ajuste fiscal no lombo da classe trabalhadora e que esse ajuste ganhe tom estrutural. Eles querem reforma administrativa. Eles querem uma nova e pior reforma da Previdência. Eles querem acabar com os pisos (constitucionais da Saúde e Educação). Eles querem desvincular o salário-mínimo da Previdência. É pancada, ou para nos derrotar em 2026 ou para criar uma situação de ingovernabilidade total depois. Nós estamos diante de um inimigo que quer nos obrigar a aplicar o programa deles, e, se a gente bobear, vão ainda nos tratar do jeito que queriam ter feito caso o golpe tivesse sido vitorioso.”

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