“A gente tem que fazer o debate de problemas que são complexos, mas de problemas que precisam ser resolvidos. São milhares e milhares de mulheres que morrem em função de práticas que não têm nenhum tipo de suporte na medicina, na ciência, buscando uma solução para uma gravidez que não foi planejada, que não é desejada. Jamais abortaria. Também nunca defendi que uma mulher deva ser presa [por abortar], porque ela precisa de suporte, acolhimento. É preciso fazer o debate e faço isso com muita transparência. [Porém], muitas pessoas querem que esse debate vá para a agenda dos costumes porque é aí que eles vão fazer o que sempre fizeram, isso já foi utilizado contra mim de uma forma injusta e o Bolsonaro estará muito feliz se esse for o debate exclusivo de 2022. A gente tem a clareza de que é um tema complexo, difícil, mas tem o caminho do debate (…) Em casos em que o aborto já está permitido por lei, como estupro, por exemplo, não devemos ter nenhum tipo de retrocesso [na legislação]. “[Estou] olhando as circunstâncias, a realidade que leva tantas mulheres a abortar e que seguem sem um respaldo do poder público, pois é um tema que deve ser tratado como saúde pública.”
(Marina Silva, candidata a deputada federal pela Rede Sustentabilidade em São Paulo, a Fabíola Cidra, Alberto Bombig e Mariliz Pereira Jorge, do Uol.)