Lula sentiu o golpe do aumento do Auxílio Brasil
A empresários, admitiu a dificuldade de disputar uma eleição com o adversário "fazendo a maior distribuição de dinheiro já vista desde o Império"
Lula sentiu o golpe do aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600. A empresários paulistas, ontem, admitiu a dificuldade de disputar uma eleição com o adversário “fazendo a maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já viu desde o fim do Império”.
Acrescentou: “Há de se perguntar se o povo aceitará pacificamente a retirada de um benefício que ele está recebendo por conta das eleições”. O aumento vale até dezembro, mas será difícil ao próximo governo, qualquer que seja o eleito, não manter o valor.
Pode ter exagerado no cálculo, mas ele sabe do que está falando. Em 2005 quando viu seu mandato em xeque na crise do mensalão, deu a volta por cima com o Bolsa Família turbinado e venceu a reeleição.
Agora, Jair Bolsonaro repete a fórmula. Se vai dar certo, nem ele sabe, mas no governo aposta-se na lógica de que se a vida das pessoas melhora, aumentam as chances de reeleição. Aliados de Bolsonaro se dizem otimistas com os efeitos. Projetam bancada de até 350 deputados na soma dos partidos que compõem o Centrão, esteio parlamentar de Bolsonaro. Talvez seja exagero.
De toda forma, há uma ironia no caso do auxílio. Está embutida no cheque de meia centena de bilhões de reais dado ao governo, que começou a usá-lo ontem, seis semanas antes do primeiro turno eleitoral. Ele foi aprovado no Legislativo com apoio da ampla maioria de votos dos partidos de oposição.