Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

Lula e Bolsonaro mudam para manter a mútua dependência política

Caso da tributação das "bugigangas" mostra que não eles têm um projeto, apenas um manual de sobrevivência eleitoral: Lula x Bolsonaro, e vice-versa.

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 Maio 2024, 08h00

Lula e Jair Bolsonaro criaram uma relação de dependência recíproca: um precisa do outro para sobrevivência na política.

Lula atravessou disputou seis eleições e ganhou três. Faz comícios, como admitiu na semana passada, de olho na disputa presidencial de 2026.

Bolsonaro apareceu no vácuo do antilulismo, ganhou uma, perdeu outra e se fez inelegível pelos próximos oito anos.

Realizou uma proeza: em apenas meia dúzia de anos deixou de ser o deputado federal do baixo clero que discursava para as paredes da Câmara para se tornar um político conhecido tanto Lula, há quatro décadas no palanque.

Bolsonaro cultiva o antilulismo, Lula lavra no antibolsonarismo. Com diferenças notáveis de concepção sobre a vida na democracia, têm em comum pouca intimidade com a parafernália de comunicação eletrônica, mas, cada vez mais, ambos se dedicam a fazer política por algoritmo.

Continua após a publicidade

Quando Lula propõe isenção fiscal na compra de “bugigangas” na internet, abaixo de 50 dólares ou 250 reais, Bolsonaro induz o seu Partido Liberal a apoiar o aumento da tributação das importações e, em consequência, do protecionismo à industria doméstica.

Desde a primeira campanha presidencial, em 1989, Lula levava aos palanques uma cartilha de proteção à indústria brasileira. Nos dois primeiros mandatos empenhou-se na defesa de políticas como a do “conteúdo nacional” na Petrobras e na seleção de empresas amigas que seriam transformadas em “campeãs nacionais” no BNDES. Agora, mudou o discurso.

Bolsonaro governou determinado a não tributar importações de baixo valor via comércio eletrônico, com o argumento de defesa do “liberalismo”. Dele pode-se dizer tudo, menos que seja um liberal. Agora, mudou a retórica.

Continua após a publicidade

Esse mercado eletrônico varejista de produtos de baixo valor já era dominado por empresas de um país que Bolsonaro hostilizava em público, a China, nos seus delírios sobre o fantasma do “comunismo”, sepultado há mais de três década. É com esse algoritmo que identifica o adversário Lula.

É notável que Lula e Bolsonaro tenham mudado posições e trocado de lugar por conveniências eleitorais, e não, como talvez fosse razoável supor, por alguma reflexão sobre a realidade do país. Mostram que não têm um projeto, apenas um manual de sobrevivência eleitoral: Lula x Bolsonaro, e vice-versa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.