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Bolsonaro corre para tentar evitar novos danos à sua campanha

Governo sabia, fingiu que não viu, agora corre para evitar MP alterada por aliados que pode aumentar custo da energia, uma das mais caras do mundo

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 set 2022, 06h29 - Publicado em 20 set 2022, 06h00

Jair Bolsonaro tem um novo problema. Na reta final da campanha eleitoral, tenta evitar uma péssima notícia aos eleitores: um aumento de até 7% na conta de luz em benefício de algumas empresas geradoras de energia e empreiteiras de obras de gasodutos.

Os brasileiros já pagam uma das tarifas elétricas mais caras do mundo. Mês passado, ao analisar uma Medida Provisória (nº 1118) editada por Bolsonaro, deputados governistas introduziram uma série de alterações e privilegiaram alguns grupos empresariais com novos subsídios.

O “prêmio” financeiro estimado é de R$ 9 bilhões anuais. Esse seria o custo extra na conta de eletricidade, durante os próximos dez anos, para sustentar, por exemplo, a construção de gasodutos em regiões onde não há gás e nem dutos. Consumidores de São Paulo pagariam 3% a mais, para os de Minas Gerais o aumento anual pode chegar a 7%.

As alterações foram aprovadas depois de um curto debate na Câmara. O texto agora está no Senado e, por lei, perde a validade se não for votado até o dia 27, quatro dias antes do primeiro turno.

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Os alertas sobre o aumento na conta de luz levou o governo à discussão sobre os óbvios reflexos eleitorais para Bolsonaro, recordista em rejeição nas pesquisas.

O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), foi mobilizado para apresentar um pedido de retirada das emendas aprovadas na Câmara. Ele justificou, em requerimento, com a previsão de “aumento exponencial” na conta de luz para os consumidores.

O governo sabia, mas fingiu não ver o conteúdo das emendas feitas pelos aliados na Câmara. Agora, na reta final da campanha, recorre ao Senado para tentar evitar mais danos eleitorais a Bolsonaro.

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