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Aliados de Bolsonaro decidem taxar o agronegócio

Governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Ratinho Júnior, do Paraná, resolveram aumentar tributação do campo para financiar obras estaduais de infraestrutura

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 nov 2022, 09h00

Ano novo, imposto novo. Os governos de Goiás e do Paraná decidiram taxar o agronegócio para financiar obras de infraestrutura.

Em Goiânia, deputados estaduais marcaram para hoje a decisão sobre mudanças na legislação para estabelecer uma contribuição (de até 1,65%) sobre o valor de comercialização de produtos agropecuários.

A votação em segundo turno estava prevista para ontem, mas foi suspensa porque ruralistas descontentes invadiram o plenário da Assembleia Legislativa.

A proposta do governo goiano institui uma “contribuição” facultativa, mas condicionada à manutenção de benefícios fiscais às empresas do agronegócio.

Quem aderir, continuará a ter privilégios tributários no fluxo de caixa das operações para exportação. A previsão é de arrecadação adicional de até R$ 1 bilhão por ano.

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No Paraná, o governo mandou à assembleia um projeto semelhante, sob protestos dos sindicatos rurais. Prevê-se coleta extra de R$ 1,5 a 2 bilhões anuais para financiamento da infraestrutura logística, segundo a justificativa oficial.

Paraná e Goiás têm governadores recém-reeleitos, com votação expressiva, e ambos aliados de Jair Bolsonaro.

O paranaense Ratinho Júnior é do PSD, o goiano Ronaldo Caiado é do União Brasil. De olho na disputa eleitoral de 2026, ambos tentam se projetar como alternativas da centro-direita que desde 2018 tem sido capitaneada pelo bolsonarismo extremista. Para eles, a derrota de Bolsonaro mudou o cenário.

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Não estão isolados na tática de produzir mais arrecadação. O governo Lula, por exemplo, prevê um extra de R$ 3 a 4 bilhões por ano com a recriação do imposto sindical. Estuda, também, outras taxações — do comércio digital ao agronegócio.

Aumentar impostos, definitivamente, não é questão ideológica ou partidária.

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