Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Jorge Pontes

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.

Afinal, há elite de alguma coisa no Brasil?

Pragmatismo tem limites

Por Jorge Pontes
Atualizado em 17 mar 2021, 09h16 - Publicado em 16 mar 2021, 19h37

Dizem as más – e boas – línguas que as elites (sic) econômico-financeiras do Brasil apoiaram Bolsonaro em 2018, o que seria até compreensível.

Mas, ao que tudo indica, parece que o pessoal da Faria Lima ainda estaria – até o episódio da troca do presidente da Petrobras – emprestando suporte político ao governo Bolsonaro, o que é decepcionante, mormente em se tratando do que supomos ser uma das mais poderosas elites do nosso país.

Se colocados na parede, vão certamente justificar-se com o argumento de que ainda confiavam em Paulo Guedes e nas suas – cada vez mais distantes – promessas de reformas estruturantes.

Mas, venhamos e convenhamos, pragmatismo tem limites.

Em quase dois anos de existência, o desgoverno de Jair Bolsonaro abandonou totalmente as promessas de combate à corrupção, ao ponto de estarmos, de forma inédita, sendo monitorados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que acabou de anunciar a criação de um grupo de trabalho específico para acompanhar os retrocessos que estão sendo operados no Brasil, no tema enfrentamento à corrupção. Sobre isso, a turma da Faria Lima não se incomodou, e o jogo seguiu.

Continua após a publicidade

No tema pandemia, o governo Bolsonaro conseguiu a façanha de apresentar a pior performance do planeta. Estamos sem vacina suficiente para imunizar nossa população, com o sistema de saúde em colapso, e o número de mortes crescentes chegando à 300 mil, e ainda temos um presidente da República que debocha e incentiva condutas que incrementam o contágio e a tragédia propriamente dita. Acerca disso a Faria Lima também não se importou, e o jogo seguiu.

No que tange às questões relativas ao meio ambiente, em especial no tocante à Amazônia – um dos assuntos que mais interessam aos países desenvolvidos – o mundo assistiu atônito ao governo Bolsonaro aproveitar a “distração” causada pela pandemia do Covid-19, para passar suas “boiadas” de medidas anti-ambientais. Houve recordes de desmatamento na região Amazônica, com milhares de queimadas e destruição de inúmeros ecossistemas protegidos. Grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais sentiram-se empoderados pelas medidas deletérias do Ministério do Meio Ambiente, pela insensibilidade e negacionismo do governo, e aprofundaram suas atividades de destruição de enormes extensões de cobertura vegetal. Quanto a isso, a Faria Lima igualmente não se amofinou e o jogo seguiu.

Mas quando mexeram no presidente da Petrobras, aí foi demais…

Continua após a publicidade

Merece registro que essas situações calamitosas, todas terrivelmente negativas para a economia, como o arrefecimento do combate à corrupção sistêmica – com os retrocessos em relação aos resultados da Operação Lava Jato – assim como as centenas de milhares de mortes de brasileiros na pandemia do coronavírus, com todo o prejuízo aí encerrado para a imagem do Brasil, e, por fim, a destruição desenfreada da Floresta Amazônica, com potencial da impacto nas exportações da carne brasileira, e de prejudicar muitas das nossas empresas no exterior, nada disso foi suficiente para que a Faria Lima de fato se importasse…

Para piorar, o trabalho do ministro Paulo Guedes hoje aparentemente resume-se à busca de recursos para projetos unicamente destinados à reeleição do presidente.

Finalmente, com tudo isso, percebemos que ser de fato a elite de um país subentende necessariamente levar em consideração valores como ética, respeito à vida, à natureza, projeto de nação, visão de futuro, e outras grandezas que transcendem o poder econômico financeiro.

Continua após a publicidade

Leia também:

  • 392 milhões de doses de vacinas para Covid-19 já foram administradas. 
  • Queiroga defende vacina e máscara, enaltece o SUS e a ciência e pede união.
  • Missão de Queiroga é resgatar Bolsonaro do negacionismo, dizem auxiliares.
  • O ‘legado’ de Pazuello é o principal desafio do novo ministro da Saúde.
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas.

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 28% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 10,00)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 39,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.