Como Jards Macalé enganou a ditadura com música sobre sexo
Cantor morreu nesta segunda-feira, 17
Em 1972, em plena ditadura militar, o cantor e compositor Jards Macalé lançou “Meu Amor Me Agarra, E Geme, E Trema, E Chora E Mata”, uma de suas canções mais famosas. Enquanto os censores do regime ouviam os versos supostamente passionais e acreditavam tratar-se de uma canção sobre passionais, o artista articulava, na verdade, uma das críticas políticas mais geniais da história da música brasileira. O golpe de mestre estava na metáfora: Macalé construiu uma ponte sutil entre um relacionamento amoroso opressor e a realidade do regime autoritário, usando a linguagem do desejo para falar de poder.
Ao descrever um amor que “prende entre os dentes e depois abandona”, o compositor não ignorava o potencial destrutivo do poder vigente, mas revelava sua natureza fundamentalmente frágil e performática. A ditadura, assim como o amor da canção, era brutal na aparência, mas ilegítima e insustentável na essência — um “tigre de papel”, conforme ele próprio descreveu.
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