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Oscar: como a Apple, de mansinho, acabou com festa da Netflix

Ao premiar o despretensioso 'No Ritmo do Coração' em vez de 'Ataque dos Cães', Academia mostrou que não entregará tão fácil seu maior trunfo à plataforma

Por Isabela Boscov
28 mar 2022, 17h20

Quando a lista de indicados ao Oscar foi divulgada, no início de fevereiro, tudo sugeria que, neste ano, a Netflix finalmente deixaria a festa carregando o troféu mais cobiçado: somando 27 indicações no total, mais que qualquer estúdio de Hollywood, o serviço de streaming liderava também com as doze indicações de Ataque dos Cães, considerado o favorito em quase todas as categorias em que competia, incluindo a de melhor filme. A Netflix, entretanto, só não saiu de mãos abanando graças ao prêmio de direção da neozelandesa Jane Campion. Sua investida foi bloqueada pela Warner Bros., que abraçou seis estatuetas por Duna, e sobretudo pela Apple, o gigante da big tech que chegou tarde – em 2019 – e sem muita credibilidade ao streaming mas, no Festival de Sundance do ano passado, fez uma aquisição que se provou excelente investimento. CODA – No Ritmo do Coração, a refilmagem americana do drama francês A Família Belier, ganhou todos os três Oscar a que concorria – ator coadjuvante para o excelente Troy Kotsur, primeiro homem surdo a receber esse prêmio (Marlee Matlin, que contracena com ele em CODA, ganhou um Oscar de melhor atriz em 1987 por Filhos do Silêncio), roteiro adaptado para a também diretora Sian Heder e, na mais surpreendente de todas as viradas, melhor filme.

CODA, sobre uma família em que pai, mãe e filho surdos se veem confrontados com a paixão pelo canto e o desejo de independência de sua filha de audição normal, é um filme gracioso e que tem na sua simplicidade genuína, sem afetações, um grande trunfo. Ataque dos Cães, porém, era indubitavelmente o candidato superior, e a vitória de CODA na noite de ontem talvez diga mais sobre as relações de Hollywood com a Netflix do que sobre o ganhador em si. Há três anos a plataforma ronda o prêmio principal com títulos como Roma, O Irlandês e Mank. Nesta edição do Oscar, esteve mais perto dele do que jamais antes – e nunca esteve tão longe. Campeã em assinantes no mundo e uma usina de produção local em praticamente todos os países em que atua, a Netflix é o totem no qual uma boa parte da indústria de cinema concentra todos os temores, hostilidades e angústias que a concorrência do streaming provoca nela.

Com seus direitos de exibição e distribuição adquiridos pelo preço alto mas, vê-se agora, altamente compensador de 25 milhões de dólares e lançado sem muito alarde na AppleTV+ em meados do ano passado, CODA acumulou tração na reta final do Oscar, graças às vitórias nas premiações anteriores da temporada e também à campanha bem orquestrada da Apple (todos os concorrentes a fazem) junto aos votantes da Academia. Por seu tema e por não ter sido produzido pelo streaming, mas tão somente acolhido por ele, o filme de Sian Heder se configurou como o Davi que poderia derrotar o tão temido Golias. Pois derrotou-o, e deu um tanto mais de confiabilidade à suspeita de que, ao menos no futuro próximo, a Academia inconsciente ou deliberadamente vai evitar de todas as formas entregar seu maior trunfo nas mãos da Netflix.

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