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Por Coluna
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O garimpo da semana: Apenas Deus Perdoa

Por Isabela Boscov Atualizado em 30 jul 2020, 22h47 - Publicado em 9 Maio 2016, 20h55

Ryan Gosling em um filme estilosíssimo e violentíssimo do mesmo diretor de Drive

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Entrou há pouco na grade do Netflix esta segunda parceria entre Ryan Gosling e o diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn. Mas, embora siga muito da estética de Drive (que também está disponível no Netflix e cuja resenha você encontra aqui), Apenas Deus Perdoa é uma espécie de oposto natural do filme anterior. Drive tinha muito néon, mas tinha ainda mais sol – e, apesar das erupções de violência, caminhava em uma nota quase otimista: até homens tão danificados pela vida quanto o Garoto interpretado por Gosling podem ter uma veia heróica, e merecem alguma esperança. Apenas Deus Perdoa, ao contrário, tem pouco sol e muita luz vermelho-sangue ou roxo-profundo, violência constante e de arrepiar os cabelos. É, além disso, de um pessimismo intransigente: Julien, o personagem de Gosling, até tenta recuar da brutalidade e da sordidez, mas elas vêm varrendo tudo como uma avalanche.

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A história é de uma simplicidade espartana. Julien toca um clube de luta/ponto de tráfico em Bangcoc, na Tailândia, com seu irmão Billy (Tom Burke). Billy é um psicopata; com uns poucos minutos de filme, ele retalha uma prostituta adolescente, e é assassinado pelo pai dela. Quando fica sabendo o que levou à morte do irmão, Julien decide poupar o assassino. Mas a mãe dele (que Kristin Scott Thomas interpreta como uma fera de depravação infinita) baixa em Bangcoc exigindo vingança e fazendo as coisas irem de mal a pior, e de pior a horripilante. Os diálogos são poucos e breves: tudo é luz, cor, composição, movimento de câmera, Gosling fazendo cara de paisagem (paisagem depressiva, no caso) e, como em Drive, a trilha eletrônica bacanérrima de Cliff Martinez.

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É bom avisar que o filme chegou a ser vaiado no Festival de Cannes, em 2013 (do qual, dois anos antes, Refn saíra com a Palma de direção): uma parte expressiva da crítica considera que Apenas Deus Perdoa é só estilo (mas como tem estilo!), sem qualquer conteúdo e com uma fixação repulsiva pela violência. Compreendo o ponto de vista, mas discordo. Acho que desde sua estreia, em 1996, com Pusher (que depois viria a ser uma trilogia), Refn é um niilista que tem uma fixação pela repulsividade da violência – uma diferença sutil, mas importante. Como muitos outros cineastas de inclinação semelhante, ele fetichiza sim a violência. Mas é como se, ao imaginar cenas de brutalidade escandalosa, ele estivesse surpreendendo a si mesmo com a falta de limites da ferocidade humana: se ele é capaz de imaginar, é porque há outros que são capazes de fazer.


APENAS DEUS PERDOA
(Only God Forgives)
Dinamarca/Estados Unidos/França/Suécia/Tailândia, 2013
Direção: Nicolas Winding Refn
Com Ryan Gosling, Kristin Scott Thomas, Vithaya Pansringarm, Yayaying Rhatha Phongam, Tom Burke

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