Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Isabela Boscov

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Clint Eastwood faz 90 anos na ativa: 10 filmes para ver no streaming

Maior ícone americano vivo, o ator e diretor continua inquieto, lúcido – no sentido superior da palavra – e firme no trabalho

Por Isabela Boscov Atualizado em 31 Maio 2020, 17h48 - Publicado em 31 Maio 2020, 17h47
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Não há carreira tão longa no cinema americano – nem tão cheia de altos e baixos, de triunfos formidáveis e de revisões desassombradas da própria trajetória, do próprio país, das próprias crenças. Clint Eastwood é, sem dúvida, o maior ícone americano vivo. Para mim, porém, é acima de tudo a prova de que poucas coisas podem ser mais valiosas do que a independência de espírito – que, nele, vem conjugada à disposição de rever, reavaliar e reconsiderar. Lamentavelmente, não achei à disposição em nenhuma plataforma de streaming brasileira Menina de Ouro, de 2004, um dos filmes mais fustigantes que Eastwood fez. Mas esses outros nove títulos que se seguem (mais ou menos na minha ordem de preferência) 


    Os Imperdoáveis

    Globoplay, Looke, NOW

    Viúvo e miserável, o ex-pistoleiro de aluguel Will Munny se vê obrigado a deixar a fazendinha falida e retomar uma última vez a vida que deixara para trás. Clint Eastwood põe na balança nove décadas de westerns e vários séculos de violência. Sai carregando o peso do mundo nos ombros, em um faroeste trágico, grandioso e belíssimo que é um dos maiores da história do cinema.

    Os Imperdoáveis
    Unforgiven 1992 (Warner/Divulgação)

    Gran Torino

    Looke, NOW

    Racista, ranzinza, irascível e desgostoso com a frivolidade que tomou conta da vida americana, o operário aposentado Walt Kowalski aprende coisas que nunca sonhara na vida ao travar contato com o rapaz e a garota asiáticos da casa ao lado. Outra máxima no credo de Eastwood: a de que é pelos princípios, e não pelo sangue, que as pessoas se unem. Lindo – e com um final acachapante

    Gran Torino
    Gran Torino, 2008 (Warner/Divulgação)
    Continua após a publicidade

    Perseguidor Implacável

    Globoplay

    “Dirty” Harry Callahan é um herói, ou é um anti-herói? Prova da complexidade do policial icônico vivido por Eastwood e dirigido por Don Siegel é que até hoje essa é uma questão que está longe de ser decidida. Em São Francisco, então a capital do paz-e-amor, Harry enfia o revólver na cabeça de um ladrão e sofisma com ele: já disparou todas as balas, ou ainda falta uma? Harry é um anjo vingador, e encarna algo de essencial em Eastwood: a ideia de que um homem tem de prestar contas sobretudo às suas próprias convicções. É o melhor e mais complicado retrato da passagem dos sonhadores anos 60 para a desencantada década de 70.

    Perseguidor Implacável
    Dirty Harry, 1971 (Warner/Divulgação)

     

    A Trilogia Spaghetti

    (Por um Punhado de Dólares, Por uns Dólares a Mais, Três Homens em Conflito – 1964-1966)

    Continua após a publicidade

    Looke, NOW

    À toa na vida depois de sair do seriado Rawhide, o jovem Clint topou ir rodar um filme na Itália sob direção do então desconhecido Sergio Leone. O resultado: um trio de clássicos estupendos, um gênero novo e até hoje copiadíssimo – o faroeste-spaghetti –, e uma carreira que repentinamente se tornou icônica.

    Três Homens em Conflito
    The Good, the Bad and the Ugly, 1966 (PEA/Divulgação)

    Sniper Americano

    Looke

    Recriando a trajetória de Chris Kyle (Bradley Cooper), atirador de precisão com 160 mortes confirmadas na Guerra do Iraque, Eastwood encara de frente o peso da responsabilidade individual: a solidão de um sniper é verdadeira, a consequência de suas decisões é inalterável e a intimidade com o alvo em sua mira não tem paralelo nas outras situações de combate. A tração sobre sua psique, portanto, é incalculável. Como disse o próprio Eastwood – ou seu personagem – em Os Imperdoáveis, “matar um homem é uma coisa infernal. É tirar dele tudo que ele tem, e tudo que jamais vai ter”. Matar 160 homens, ainda que em situação de necessidade imperativa e conforme as regras militares, é todos os nove círculos do inferno.

    Sniper Americano
    American Sniper, 2014 (Warner/Divulgação)

    O Caso Richard Jewell

    Looke, NOW

    Obeso, meio simples, apegado à mãe – portanto, objeto constante de ridículo – e sempre sonhando com uma carreira na polícia, o segurança Richard Jewell evitou um grande número de mortes ao identificar uma bomba durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Mas, em dois dias, passou de herói a suspeito, em uma campanha assustadora de demolição pessoal liderada pelo FBI. Parte de uma leva recente de Eastwood sobre o heroísmo de que às vezes são capazes as pessoas comuns – e sobre o preço que elas pagam por isso.

    Continua após a publicidade
    O Caso Richard Jewell
    Richard Jewell, 2019 (Warner/Divulgação)

    Sully: O Herói do Rio Hudson

    Netflix, NOW

    Examinando ao mesmo tempo a manobra de pouso no Rio Hudson que salvou todos os passageiros de um jato em 2009, e a investigação implacável das autoridades aéreas sobre essa mesma manobra, Eastwood localiza na figura do piloto Chesley Sullenberger III (Tom Hanks) a definição do que, para ele, significa o “fator humano”: não o motivo de erros, mas a razão de acertos quase impossíveis.

    Sully: O Herói do Rio Hudson
    Sully, 2016 (Warner/Divulgação)

     

    Sobre Meninos e Lobos

    Globoplay, Looke, NOW

    Numa tarde qualquer, três meninos têm sua amizade, e a infância, interrompidas por um ato brutal. Anos depois, já adultos, os três se veem novamente ligados pela brutalidade – o assassinato da filha adolescente de um deles – e descobrem que sempre viveram sob a sombra daquela primeira agressão, e que ela ainda tem muito a ditar. Eastwood leva aqui muito adiante a sua reflexão sobre o poder que a violência tem de corromper e sobre o abismo catastrófico que separa a justiça da retribuição.

    Continua após a publicidade
    Sobre Meninos e Lobos
    Mystic River, 2003 (Warner/Divulgação)

     

    Além da Vida

    Globoplay, Looke, NOW

    Três personagens que nada têm entre si – e cujas histórias nem se cruzam – vivem experiências que os levam a crer em algo após a morte. Eastwood é tão comedido que nem há como identificar quais suas convicções pessoais sobre a sobrevivência do espírito. Tudo o que importa é que seus protagonistas, seja com entrega, seja com relutância, acreditam nela: foram tocados de perto pela morte muito antes do que seria justo ou natural, e ela agora define suas vidas. Entender as dúvidas que uma perda enseja já seria bastante. Mas o que ilumina este filme é a certeza funda sobre as coisas pelas quais vale viver.

    Além da Vida
    Hereafter, 2010 (Warner/Divulgação)
    Continua após a publicidade

    A Mula

    HBO

    Duas constantes nos filmes em que Eastwood é diretor e também ator são a necessidade de crescer moralmente – vale dizer, aprender ou rever alguma coisa crucial a respeito do mundo e de si mesmo – e a relação entre pais e filhas. As duas coisas estão ligadas: nos seus filmes, as filhas (biológicas ou não) chacoalham o mundo do protagonista e reorganizam o seu sistema de valores. É esse o ponto a que se destina A Mula, sobre um velho inconsequente que usa o salvo-conduto da idade para transportar drogas para um cartel e que, na hora em que a coisa realmente aperta, ganha apoio de onde menos espera, e de onde menos merece. Allison Eastwood, uma de seus sete filhos, faz a filha a em questão.

    A Mula
    The Mule, 2018 (Warner/Divulgação)
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.