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‘Babenco’ é mais singular representante do país na busca da vaga no Oscar

Documentário dirigido por Bárbara Paz é um longa arrojado que acompanha a etapa final da vida do cineasta

Por Isabela Boscov Atualizado em 4 jun 2024, 14h10 - Publicado em 27 nov 2020, 06h00
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  • PRESENTE ETERNO - O cineasta, acima, e Bárbara, no detalhe: um contínuo em que todos os fragmentos da vida existem por igual - (Divulgação; FEPA/.)

    Ainda que possa soar estranho descrever um filme como um documentário em forma de devaneio — ou vice-versa —, em Babenco — Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou (Brasil, 2019), já em cartaz no país, a atriz e diretora estreante em longa-metragem Bárbara Paz torna essa fusão de inversos não apenas natural, como faz dela algo palpitante, inovador e intransigente. Sem chance de se recuperar de uma nova recidiva do câncer diagnosticado pela primeira vez aos 38 anos, o cineasta Hector Babenco incumbiu Bárbara, sua mulher, de filmar a etapa final de sua vida. Ou, mais propriamente, de registrar o avanço gradual da morte, que afinal se deu em 2016, quando ele tinha 70 anos. O que poderia ser um exercício árduo, entretanto, resultou em uma espécie de poema visual, em preto e branco e em rima livre, sobre a intimidade incondicional de compartilhar um momento como esse e também a criação: ora aprendiz do marido, ora diretora de seu protagonista, às vezes objeto da câmera dele e todo o tempo detentora e crivo da sua memória, Bárbara expõe fim e perda — mas, mais do que tudo, expõe a si mesma e a um Babenco que só ela poderia conhecer, como amante e também como artista.

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    Em camadas de som e imagem “costuradas a mão”, como disse a VEJA, Bárbara funde o legado que o marido deixou na obra que estava em progresso: usa desde fragmentos raros, como um Babenco muito jovem acompanhando o cineasta Roberto Farias em seu documentário sobre o piloto Emerson Fittipaldi — primeiro trabalho no Brasil do rapaz argentino que então viria a se radicar aqui —, até cenas celebérrimas como aquela de Pixote (1981) em que a personagem de Marília Pêra amamenta o menino interpretado por Fernando Ramos da Silva. Mistura-as aos bastidores do último filme do diretor, Meu Amigo Hindu (2015), e às visitas desgastantes ao hospital. Não identifica a origem dos trechos e descarta qualquer cronologia; momentos íntimos, lembranças, o trabalho nos sets, entrevistas, os filmes lançados: tudo existe por igual nesse contínuo criado por Bárbara — inclusive o final, que nunca aconteceu mas poderia, na imaginação, ter sido.

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    Candidato brasileiro a uma indicação ao Oscar, Babenco rompe com o padrão da escolha; é como se, à maneira do próprio filme, a comissão que o selecionou tivesse se preocupado menos com a ideia de como um filme será recebido e mais com o que tem a oferecer à competição de verdadeiramente único e singular.

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    Publicado em VEJA de 2 de dezembro de 2020, edição nº 2715

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