Petrolão: quando é que Bob, Moch, Cabral, Pezão e Roseana vão ensinar Lindberg a reagir às denúncias?
José Dirceu e João Vaccari Neto recebiam dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras para repassar ao caixa do PT. Veio a público na tarde de segunda-feira essa revelação do doleiro Alberto Youssef ao Ministério Público Federal em 24 de setembro de 2014 sobre o ex-ministro e o tesoureiro petistas, identificados como “Bob” e “Moch” nas planilhas da propina. O relato […]
José Dirceu e João Vaccari Neto recebiam dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras para repassar ao caixa do PT.
Veio a público na tarde de segunda-feira essa revelação do doleiro Alberto Youssef ao Ministério Público Federal em 24 de setembro de 2014 sobre o ex-ministro e o tesoureiro petistas, identificados como “Bob” e “Moch” nas planilhas da propina.
O relato ficou sob segredo de Justiça até sexta-feira, mas o ministro Teori Zavascki, do STF, deu ordem para que se divulgasse tudo.
Dois trechos se destacam:
1) “O dinheiro entregue por Alberto Youssef em São Paulo servia para pagamentos da CAMARGO CORREIA e TOYO ao PARTIDO dos TRABALHADORES, nas pessoas de João Vaccari e José Dirceu. Já o dinheiro entregue por Alberto Youssef no Rio de janeiro eram pagamentos devidos ao Renato Duque e outros, referentes ao comissionamento das obras realizadas pela CAMARGO CORREIA e TOYO”.
2) “Júlio Camargo tinha relacionamento de negócios e amizade tanto com José Dirceu quanto com Renato Duque. Tanto é assim que José Dirceu utilizava o avião de Júlio Camargo, Um avião modelo Citation Excel. Franco, homem de confiança de Julio Camargo, tem um pen drive com todas as movimentações financeiras de Júlio Camargo. Neste pen drive, a sigla referente a pessoa de JOSE DIRCEU é BOB”.
“Bob”, claro, “repudia com veemência” as declarações de Youssef, porque sem “veemência” poderia parecer suspeito. “Moch” insiste que só carregava mochilas legais, embora não tenha revelado a marca. Para FHC, como se sabe, a culpa é do “presidencialismo de coalização”.
Outras reações
Roseana Sarney, ex-governadora do Maranhão, informou por meio de sua assessoria que ficou “completamente perplexa”, sentiu-se “injustiçada” e reiterou não ter relação com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa nem com os fatos investigados na Operação Lava Jato. Costa disse ter mandado entregar 2 milhões de reais de propina para a campanha de Roseana em 2010. Uma injustiça, sem dúvida. Ela merecia muito mais.
No Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral e o atual, Luiz Fernando Pezão, também negaram que o caixa dois da chapa Cabral-Pezão tenha recebido 30 milhões de reais arrecadados por Paulo Roberto Costa, conforme denunciou o ex-diretor da Petrobras. A Compar pagou R$ 13 milhões e o resto foi dividido entre Skanka, Alusa e UTC, segundo Costa.
Cabral: “Reafirmo o meu repúdio e a minha indignação a essas mentiras”.
Pezão: “Eu tenho tranquilidade que não recebi nenhum recurso, não tive nenhuma ajuda de campanha, não pedi, e não tive conversa nenhuma.”
Mas não tem jeito.
De todas as reações, eu ainda prefiro a do ex-cara-pintada Lindberg Farias (PT-RJ), hoje parceiro de Fernando Collor na lista de suspeitos do petrolão. Com carinha de filho se fazendo de bonzinho para a mãe não colocá-lo de castigo, ele disse assim sobre os 2 milhões de reais que admitiu ter recebido por intermédio de Costa em 2010:
“De fato, você pode até dizer que é impróprio. Só que não é ilegal.”
Manhêêêêê, cabei!
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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