Pânico! PT leva bengalada de Cunha, panelaço da indústria e obstrução do ajuste fiscal pela oposição
Só para registrar três derrotinhas do PT, para além do panelaço-aço-aço nacional durante o programa na TV: 1) Graças à manobra eficaz de seu presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao colocar o texto em votação aproveitando o quórum, a Câmara dos deputados aprovou por 333 votos a 144 a PEC 457, apelidada de “PEC da Bengala”, que estende de 70 para […]

Só para registrar três derrotinhas do PT, para além do panelaço-aço-aço nacional durante o programa na TV:
1) Graças à manobra eficaz de seu presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao colocar o texto em votação aproveitando o quórum, a Câmara dos deputados aprovou por 333 votos a 144 a PEC 457, apelidada de “PEC da Bengala”, que estende de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória dos ministros de tribunais superiores.
Isto significa que, se nenhum ministro do STF decidir deixar o tribunal antes dos 75, Dilma Rousseff, que ainda faria cinco indicações caso permaneça no poder até 2018, não fará mais nenhuma.
Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber não são mais obrigados a se aposentar durante o mandato da petista.
Em resumo: com a bengalada de Cunha, o STF continua como puxadinho do PT, não necessariamente como puxadão.
2) O IBGE divulgou nesta terça-feira que a produção industrial brasileira caiu 4,7% em doze meses, 5,9% no trimestre.
Em março, encolheu 0,8% em comparação com fevereiro, o pior desempenho para o mês desde 2006.
É o panelaço da indústria contra o desgoverno de Dilma Rousseff.
3) A oposição decidiu obstruir a votação do ajuste fiscal na Câmara.
Quer dizer: decidiu fazer oposição e não ser cúmplice do crime de violação da Lei de Responsabilidade Fiscal que o ajuste tenta encobrir.
Resultado: os aliados de Dilma se reuniram na casa do vice Michel Temer e exigiram que TODOS os 64 deputados do PT aprovem o ajuste fiscal.
Um assessor presidencial, presente ao encontro, disse à Folha que “o clima está explosivo e que, se o PT não fechar questão, provocará uma grave crise de instabilidade política e econômica no país”.
Segundo o jornal, o próprio Palácio do Planalto – ou seja: Dilma Rousseff – não gostou do programa do PT, porque em nenhum momento fez uma defesa enfática do ajuste fiscal.
“Pelo contrário: o tom do programa foi, na avaliação de assessores presidenciais, de transferência de responsabilidade pelo ajuste para o governo, com o partido buscando ficar com a parte positiva, de que vai defender que as medidas não retirem direitos dos trabalhadores.”
Por partido, entenda-se Lula, que tentou tirar uma casquinha do governo, colocando-se como o paladino do interesse da classe.
O pânico petista é sempre um processo autofágico.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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