Dilma “Lucy” e Lula “Ernesto” – um filme e um perfume para o PT dialogar melhor com os terroristas do Estado Islâmico
Há duas maneiras pelas quais Dilma pode amenizar o vexame na ONU, onde pregou o diálogo com os terroristas do Estado Islâmico, lamentando o bombardeio americano contra eles na Síria.
A primeira é alegar que tinha acabado de ver “Lucy” no cinema. No filme (uma divertida bobagem de Luc Besson), a personagem de Scarlett Johansson é obrigada a transportar dentro do corpo uma nova droga e, depois de tomar uns chutes na barriga que espalham essa droga, ela passa a usar uma porcentagem maior do cérebro, o que lhe dá cada vez mais superpoderes à medida que o uso vai aumentando de 20 até 100%. Superpoderosa, ela vai se vingar do traficante que a usou de mula e, antes de dialogar com ele (breve spoiler), ela o prende nos braços da poltrona enfiando-lhe uma faca em cada mão. Dilma poderia dizer que tinha em mente um diálogo como o de Lucy, mas, como não usa nem 1% do cérebro, esqueceu de fazer a analogia cinematográfica na hora. Em todo caso, já estaria encomendando a nova droga às Farc, velhas parceiras do PT no Foro de São Paulo, muito embora não soubesse – brincaria ela, excepcionalmente autoirônica – se, mesmo com 100% de uso, seu cérebro teria jeito.
A segunda opção, bem mais fácil de explicar, é enviar Lula para dialogar com o Estado Islâmico, já que ele não quer mesmo falar com a polícia sobre o mensalão antes das eleições. O ex-presidente, mui acostumado a “pedir cabeças”, agora já tem até dois perfumes masculinos perfeitos para usar – “Ernesto” e “Hugo” – quando for dissuadir os terroristas de cortar cabeças. Os químicos do Labiofam, laboratório estatal cubano de produtos naturais, desenvolveram os dois produtos em homenagem póstuma ao porco fedorento Ernesto “Che” Guevara e ao ditador venezuelano Hugo Chávez. Como o objetivo deles é fazer os compradores pensarem em atributos como “heroísmo e bravura”, não há produtos mais indicados para um bate-papo com decapitadores de gente no Iraque e na Síria. Com a fragrância “mais amadeirada”, “doce” e “refrescante” do porco fedorento, ou com o “odor mais suave”, de “frutas tropicais” e “menos penetrante” do ditador venezuelano, Lula não precisaria nem das facas de “Lucy” para chegar a um acordo diplomático. Seria tiro e queda no Oriente Médio.
Por falar nisso, o Estado Islâmico executou em praça pública na segunda-feira em Mossul a ativista dos direitos humanos iraquiana Samira Saleh al-Nuaimi. Quando a família da vítima perguntou o que ela tinha feito para merecer isso, foi informada de que Samira deveria ter se arrependido por postar comentários no Facebook denunciando a destruição de santuários pelo EI. Na quarta-feira, um grupo terrorista ligado ao EI decapitou o refém francês Hervé Pierre Gourdel, de 55 anos, que havia sido sequestrado no último domingo na Argélia, e divulgou o vídeo de 4 minutos e 46 segundos da execução, chamado pelos jihadistas de “uma mensagem de sangue para o governo francês”. Após o discurso dos terroristas, Gourdel é jogado ao chão e os jihadistas iniciam seu ataque, até que um dos carrascos segura a cabeça decepada da vítima.
Imagino Lula, insatisfeito com as mortes, falando aos líderes do EI sobre os decapitadores do grupo da mesma forma como falou ao presidente mundial do Grupo Santander, Emilio Botin, sobre a funcionária responsável pela carta aos correntistas com projeções econômicas negativas em caso de vitória de Dilma: “manter ‘decapitadores desses’ em cargo de chefia, sinceramente… pode mandar embora e dar o bônus ‘deles’ pra mim que eu sei o que falo.” Se o Santander não resistiu a um apelo tão singelo contra quem Lula chamou de ‘essa mulher’, por que o EI resistiria a um análogo e ainda por cima “amadeirado”, “doce” e “refrescante”? Não sei qual é a porcentagem do cérebro que Lula usa, mas, com uma dose de uísque e perfume “Ernesto”, tenho certeza de que a missão de paz seria um sucesso.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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