Assine VEJA por R$2,00/semana
Felipe Moura Brasil Por Blog Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
Continua após publicidade

Concorrentes silenciam sobre censura prévia à Editora Record

"Não há nenhuma solidariedade", diz Carlos Andreazza sobre livro proibido

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 19 abr 2017, 23h14 - Publicado em 19 abr 2017, 17h15
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O livro proibido e o editor Carlos Andreazza (Record/Divulgação/Guito Moreto/Agência O Globo)

    Carlos Andreazza, editor da Record, falou ao podcast de Bruno Garschagen sobre a proibição da distribuição e da venda do livro de ficção “Diário da Cadeia” em função de a autoria ser atribuída na capa a “Eduardo Cunha (pseudônimo)”.

    Publicidade

    Com a liminar da juíza Ledir Dias de Araújo, da 13ª Vara Cível do Rio de Janeiro, o ex-deputado preso Eduardo Cunha conseguiu que a obra nem fosse lançada.

    Publicidade

    “Não é possível haver debate público – porque debate público pressupõe transparência, clareza, todas as cartas na mesa – sem que o objeto em questão, o objeto controverso, possa ser igualmente desfrutado”, disse Andreazza, que é réu na ação junto com a editora. “O grave nesta situação é que, como o livro não circula, não é lido, não é conhecido, abre-se um campo muito generoso para que se invista na desinformação, que é o paraíso da desonestidade intelectual.”

    Continua após a publicidade

    Após citar vários exemplos de uso de pseudônimo na literatura, inclusive o dele próprio na orelha do livro, Andreazza sentenciou também:

    Publicidade

    “Ou a gente compra a ideia absoluta de obra de arte, de obra de ficção, e defende os valores da civilização que nós construímos, ou é barbárie.”

    O editor criticou o silêncio das concorrentes: “Não há nenhuma solidariedade. Nenhuma editora brasileira até agora se manifestou publicamente. Nem editora, nem editor. Nem pública, nem privadamente.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Andreazza afirmou que jamais publicaria, por exemplo, o livro “Mein Kampf”, de Adolf Hitler, mas lembrou que saiu em defesa da liberdade dos editores que o publicaram quando estes foram “massacrados” pela decisão.

    “E agora, nada”, comparou. “Inclusive os que foram vítimas naquela ocasião: nada. Nenhuma palavra de apoio, nenhuma manifestação.”

    Publicidade

    Citando os rótulos a ele aplicados por esquerdistas, inclusive do seu meio, Andreazza defendeu a pluralidade do debate público e da própria Record:

    Continua após a publicidade

    “É curioso, porque aquele editor ‘reacionário’, ‘coxinha’, ‘de direita’, ‘golpista’, é justamente aquele em cujo trabalho você encontrará a maior dedicação à ideia de pluralidade. Nós aqui publicamos tudo, e todo mundo, desde que dentro da lei e com ideias a serem apresentadas. Mas, mesmo assim, há um estigma contra mim e eu acho que, sem querer fulanizar a questão, boa parte do silêncio diante desta questão gravíssima decorre de uma antipatia estúpida e pessoal, afinal quem me conhece sabe que eu sou um doce (risos)”.

    Publicidade

    Andreazza foi o editor que, atendendo a uma imensa demanda reprimida, mas até então ignorada, abriu as portas do mercado editorial para livros de autores críticos da esquerda, especialmente com o sucesso de mais de 230 mil exemplares vendidos do best seller de Olavo de Carvalho, idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.

    Não é de surpreender, portanto, o silêncio daqueles que temem o contraditório.

    Continua após a publicidade

    Este blog, porém, atenta para um detalhe ainda mais sórdido: a defesa de Cunha usou até comentários de Andreazza em artigos e Facebook, fazendo juízos específicos e chegando ao cúmulo de pintar como deboche ao Judiciário um trecho crítico ao STF, na aparente ânsia de jogar o tribunal contra o réu.

    Atípico é que um editor seja colocado e exposto nesta condição.

    Ouça abaixo a entrevista em que Andreazza classifica a proibição como censura prévia e um ataque violento contra as liberdades de expressão e editorial; e leia também seu artigo no Globo “Andreazza (pseudônimo) entrevista Andreazza“.

    Continua após a publicidade

    Na semana que vem, o entrevistado de Garschagen sou eu, Felipe Moura Brasil.

    Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

    Siga no Twitter, no Facebook e na Fan Page.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.