[VEJA o meu comentário sobre a contusão de Neymar no fim do post – ou no Facebook.]
O primeiro tempo do Brasil na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia foi o melhor da equipe de Felipão na Copa do Mundo. O meu time era aquele mesmo, como antecipei aqui, com Maicon fechando a avenida Daniel Alves, mas com Willian no lugar de Fred – e Hulk jogando mais adiantado. Se é para ter alguém vindo buscar jogo como um pivô de costas fora da área, como fez Fred, prefiro Hulk, que é mais forte, e ainda recompõe melhor o meio-campo.
Com Oscar e ele jogando mais próximos pelo meio, em vez de isolados na ponta, a seleção ao menos conseguiu compensar a falta de grandes armadores com forte movimentação e toques rápidos, como tinha de ser (apesar das fomeadas de sempre do próprio Hulk e de Neymar). Mas a bola continuou sem chegar a Fred dentro da área.
Os dois gols tiveram de vir de bola parada.
Thiago Silva, criticado durante a semana pelas cenas de choro após ter pedido a Felipão para não bater o pênalti contra o Chile, escorou de coxa o escanteio e saiu desabafando: “É Brasil essa p****! Isso aqui é Brasil!” Por mim, ele podia chorar à vontade desde que jogasse assim, e de fato esteve muito bem também na defesa, bloqueando chutes de carrinho e tudo; mas depois, no lance mais bocó do jogo, atrapalhando a reposição de bola do goleiro colombiano Ospina, mostrou que sua cabecinha não tinha melhorado tanto e recebeu o segundo cartão amarelo, que o deixa fora da semifinal contra a Alemanha. Vai merecer mais uma sessão com a doutora…
Como Neymar já havia desperdiçado uma porção de faltas nesta Copa e outras no primeiro tempo, eu já não aguentava mais vê-lo bater, mas nunca esperei que a solução fosse o Valderrama brasileiro, David Luiz. No segundo tempo, sua cobrança firme com o lado interno do pé no canto do goleiro ampliou o placar a favor do Brasil, ainda que os colombianos tenham voltado melhor do intervalo, quase dominando o meio-campo.
O pênalti a favor deles, convertido por James Rodríguez, foi tão claro, mas tão claro, que até o juiz, que dera cartão para Rodriguez por um único carrinho depois de não dar para Fernandinho por três ou quatro faltas nele, teve de marcar. E ainda podia ter expulsado Júlio César por ter chegado atrasado na bola e derrubado o atacante que ficaria de cara para o gol, mas o amarelo foi a amenização possível. No fim do jogo, só mesmo a joelhada impune que Neymar acabou sofrendo nas costas, e por conta da qual saiu de maca aos gritos de dor, para compensar sua – digamos – preguiça de punir a seleção brasileira. Ficamos quites, eu acho, apesar da raiva de Rodríguez, que saiu aos prantos com a eliminação.
Foi uma vitória relativamente tranquila, com uma leve tensão no fim, quando a Colômbia podia empatar, mas nada que desse tanto frio na barriga, como o jogo contra o Chile.
Agora é série A, amigo. A Alemanha de Schweinsteiger jogou o mínimo suficiente para vencer a França por 1 a 0 no calor das 13 horas no Maracanã, mas, apesar da melhora brasileira, ainda é um time mais consistente, maduro e preciso que o nosso. O Brasil terá de jogar os dois tempos como jogou o primeiro – e talvez mais um pouco. *
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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* Publiquei a resenha acima e saí de casa minutos antes da notícia sobre Neymar estar fora da Copa. Meu comentário veio à noite no Facebook – e deu o que falar. Devo voltar ao tema até segunda.