Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

‘The Crown 5’: as polêmicas da série após a morte de Elizabeth II

Em sua penúltima temporada, a atração da Netflix encara a difícil missão de retratar um período conturbado da monarquia num mundo ainda em luto

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h25 - Publicado em 4 nov 2022, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Era uma terça-feira, 20 de setembro, quando Imelda Staunton retornou ao set de The Crown. Uma pausa fora decretada em respeito ao período de luto pela morte da rainha Elizabeth II, no dia 8 anterior, aos 96 anos. Dama do teatro inglês e popular por sua vilã Dolores Umbridge em Harry Potter, Imelda, de 66, é a terceira e última atriz a interpretar a soberana na aclamada série da Netflix — antes, Claire Foy e Olivia Colman carregaram a coroa. Imelda, porém, será a primeira delas a encarar o difícil papel sob o escrutínio de súditos fragilizados pelo luto — sendo ela mesma um deles. “Foi estranho, muito estranho”, contou Imelda a VEJA, em entrevista via Zoom, sobre a retomada das gravações da sexta e última temporada da série no dia seguinte ao funeral da rainha. “A TV foi tomada por especiais sobre a vida dela. A comoção foi enorme. Nos bastidores, estávamos bastante emotivos.” Quando entrou no set caracterizada como a soberana, a atriz notou que a equipe a olhou de um modo diferente. Ela mesma se encarou no espelho e assimilou de outra forma a personagem. Sólida, desprovida de ego e apegada a um forte senso de responsabilidade e dever, Elizabeth II enfrentou de cabeça erguida os altos e baixos dos setenta anos de seu reinado. A atriz quis honrar tal posicionamento: aplacou a tristeza e deu seu melhor nas filmagens.

    Mistério em Windsor

    A veterana Imelda estreia no figurino da rainha da Inglaterra no dia 9 de novembro, quando a quinta temporada chega à plataforma com elenco renovado. Ambientada na primeira metade da década de 90, a nova leva de episódios vai retratar uma época conturbada, na qual o auge dos dissabores se deu em 1992 — chamado pela própria soberana de annus horribilis (ano horrível, em latim). Foi quando testemunhou um terrível incêndio no Castelo de Windsor e o escandaloso divórcio de três filhos. Entre eles, a turbulenta separação da princesa Diana (Elizabeth Debicki) do príncipe Charles (Dominic West) — o hoje rei Charles III.

    TURBULÊNCIA - Charles e Diana (Dominic West e Elizabeth Debicki): o divórcio abalou a monarquia -
    TURBULÊNCIA - Charles e Diana (Dominic West e Elizabeth Debicki): o divórcio abalou a monarquia – (Keith Bernstein/Netflix)

    Mais que nas fases anteriores, a quinta temporada vem encarando duras críticas de admiradores da monarquia — estridência ampliada pela proximidade dos fatos históricos retratados e, claro, pela comoção com a morte da rainha. Com a autoridade de quem já deu vida às monarcas Elizabeth I e Victoria no cinema, a atriz Judi Dench, 87, mostrou-se ofendida e exigiu da Netflix um alerta explícito antes dos episódios, esclarecendo que se trata de uma obra de ficção. A plataforma, porém, sempre deixou claro que The Crown é inspirada em fatos e não um retrato fiel da realidade. O posicionamento não foi suficiente para aplacar, ainda, a ira de um figurão retratado na nova temporada, o ex-­primeiro-ministro britânico John Major, vivido por Jonny Lee Miller (leia abaixo). Major ficou indignado ao saber que um episódio imagina uma conversa privada entre ele e Charles, na qual o herdeiro do trono especula sobre uma possível abdicação da mãe em favor dele. O ex-premiê Major classificou a cena como um “poço de bobagens maliciosas”.

    Diana: Sua verdadeira história

    Curiosamente, uma das estratégias de sobrevivência da monarquia britânica no século XX foi abrir mão da aura de intocável para se aproximar do povo. The Crown elevou essa tática à enésima potência. Desde seu lançamento, em 2016, a série ajudou a aguçar o interesse pela realeza e enfatizou que, por trás da conduta fria de Elizabeth II, havia uma monarca imbuída de forte consciência institucional. “The Crown oferece um olhar respeitoso sobre a rainha e expõe toda a dor e o tumulto que ela suportou”, disse a VEJA Jonathan Pryce, que encarna o príncipe Philip. “Tenho certeza de que estamos honrando a memória dela.”

    Continua após a publicidade

    Os 11 Membros da Realeza Britânica

    Aos 75 anos, Pryce, um gigante do teatro e do cinema inglês, viu se cruzarem ficção e realidade em 2021. Já escalado como Philip, ele recebeu a honraria de Cavaleiro da Ordem do Império pelas mãos da princesa Anne, filha de Elizabeth II. “Ela se recusou a falar sobre The Crown”, contou Pryce. Maduros e consagrados, os novos intérpretes do casal real têm proximidade natural com o mundinho da série. Imelda e Pryce perderam as contas de quantas vezes recepcionaram membros da família real na estreia de uma peça ou filme — inclusive a princesa Diana. “Você sabe que alguém da realeza chegou quando todos começam a se curvar. Se não fazem isso, não é a realeza, é só o George Clooney”, brincou Pryce. “Eu me curvaria para o Clooney”, reagiu Imelda, com seu humor sagaz — qualidade que une a realeza aos plebeus na terra da rainha.

    COADJUVANTES DE LUXO
    Como The Crown mostra a relação da rainha Elizabeth II com os inúmeros primeiros-ministros que ocuparam o poder em seus setenta anos de reinado

    MENTOR ILUMINADO -
    MENTOR ILUMINADO – (Alex Bailey/Netflix)

    Mentor iluminado
    Quando Elizabeth II assumiu o trono, Winston Churchill exercia seu segundo mandato. Ela tinha 25 anos e ele beirava os 80, diferença que fez dele um mentor para a rainha. Na série, o premiê é vivido com brilho por John Lithgow

    Continua após a publicidade
    AMIGO INESPERADO -
    AMIGO INESPERADO – (Sophie Mutevelian/Netflix)

    Amigo inesperado
    Político de esquerda, o trabalhista Harold Wilson (Jason Watkins) chegou ao cargo em 1964 sob desconfiança da rainha. Os dois, curiosamente, se tornaram amigos — e ele a ajudou a entender os problemas sociais de seu reino

    A FERRO E FOGO -
    A FERRO E FOGO – (Des Willie/Netflix)

    A ferro e fogo
    Margaret Thatcher (Gillian Anderson) não ganhou o apelido de “Dama de Ferro” à toa. Na série, ela e a rainha se estranham. As farpas se basearam em rumores: ambas negavam qualquer rixa, mas também não trocavam elogios

    ANOS DIFÍCEIS -
    ANOS DIFÍCEIS – (//Netflix)
    Continua após a publicidade

    Anos difíceis
    O conservador John Major (Jonny Lee Miller) ocupou o cargo entre 1990 e 1997, período de crise para a monarquia. Major criticou a quinta temporada e disse nunca ter sido consultado sobre sua experiência

    Publicado em VEJA de 9 de novembro de 2022, edição nº 2814

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    Como o Coringa se tornou, erroneamente, um símbolo reacionárioComo o Coringa se tornou, erroneamente, um símbolo reacionário
    Mistério em Windsor
    Continua após a publicidade
    Como o Coringa se tornou, erroneamente, um símbolo reacionárioComo o Coringa se tornou, erroneamente, um símbolo reacionário
    Diana: Sua verdadeira história
    Como o Coringa se tornou, erroneamente, um símbolo reacionárioComo o Coringa se tornou, erroneamente, um símbolo reacionário
    Os 11 Membros da Realeza Britânica
    logo-veja-amazon-loja
    Continua após a publicidade

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.