Em 2009, Avatar marcou a história do cinema por sua qualidade visual – e, agora, quer repetir a dose. Estreia nesta quinta-feira, 15, o segundo filme da saga, Avatar: O Caminho da Água, superprodução que retorna ao planeta Pandora, onde vivem os Na’vis, seres nativos de pele azul e uma forte conexão com a natureza ao redor. O ator Sam Worthington interpreta um desses seres: ele é Jake Sully, que no primeiro filme era um humano que se movia em Pandora com um avatar biológico de um Na’vi — e que, dessa vez, assumiu totalmente esse corpo alienígena. O protagonista da produção falou a VEJA sobre a experiência e como foram os bastidores do longa que promete uma nova revolução no uso de efeitos especiais e 3D.
Como você compara o primeiro e o segundo Avatar? O primeiro Avatar foi um sonho do Jim [James Cameron] ao qual ele se dedicou muito e colocou todas as forças para retratar esse sonho no formato de um filme. Então, acho que as pessoas se conectaram com essa sensação onírica. Esse segundo Avatar é sobre a paixão do Jim pelo oceano somado ao longo conhecimento que ele tem das expedições das quais participou. E, mais uma vez, ele conseguiu traduzir um sentimento em um filme completamente distinto do que já foi feito até hoje.
Para você, como ator, como foi essa nova experiência na prática? Agora tudo é maior e mais amplo. Trabalhamos com a técnica de captura de movimento e essa é a primeira vez que usamos essa técnica embaixo da água, somos os cobaias. Quando estávamos equipados com nossos trajes que possuem baterias e falaram para entrarmos na água, pensei: “Vamos ser eletrocutados” (risos). Mas deu tudo certo. E por isso demorou para ficar pronto, não existe nenhum filme como esse.
Quais os desafios e também alegrias de se envolver em um projeto tão ambicioso? Eu amo. Amo pessoas como o Jim que gostam de correr riscos. Ele é um bom parceiro e colaborador e sabe como contar histórias e envolver os espectadores, enquanto lhes oferece algo inédito. Ele entende que os filmes só funcionam se houver emoção e uma conexão com o público.
O elenco precisou aprender a atuar embaixo da água e segurar a respiração o máximo possível. Como foi isso? A preparação para Avatar é sempre um desafio à parte. Antes de todos os filmes, nós fomos para a natureza, no caso o Havaí. Aprendemos a nos comportar na floresta. Agora, aprendemos a viver na água. Eu já tinha intimidade com o mar, eu surfo, mas essa experiência foi aprofundada com Avatar.
O primeiro Avatar trazia mensagens sobre tolerância entre as espécies e o meio ambiente. Qual o cerne desse novo filme que você destacaria? No primeiro filme, Jake Sully diz que mais cedo ou mais tarde todos terão que acordar. E esse momento já chegou na vida real. O segundo filme é ainda mais explícito sobre a importância da preservação da natureza. E é também sobre a importância da família e de como as duas coisas estão ligadas: você cuida do planeta onde sua família vive e continuará vivendo quando você partir?
Você é o protagonista do filme de maior bilheteria da história. Mas, em boa parte do filme, não é seu rosto que aparece, e sim o do personagem em Na’vi. Acha essa particularidade boa ou ruim? Com certeza é um lado curioso desse meu trabalho, eu consigo viver sem o peso da fama o tempo todo. Consigo passar despercebido na rua. Claro, se eu andar por aí com penas vermelhas no pescoço ou algo assim, as pessoas vão me notar, mas fora isso sou só um cara comum com um emprego incrível.