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O mais novo prêmio de Fernanda Torres por ‘Ainda Estou Aqui’ na gringa

Atriz foi homenageada em cerimônia especial do Critics Choice como melhor atuação do ano em um filme produzido na América Latina

Por Thiago Gelli Atualizado em 24 out 2024, 12h22 - Publicado em 24 out 2024, 12h15
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  • Em divulgação do filme Ainda Estou Aqui no Brasil, Fernanda Torres está tirando uma pausa das viagens internacionais que têm movido seu cotidiano desde o Festival de Veneza de 2024, mas não deixa de ser lembrada fora do país. Na noite desta quarta-feira, 23 de outubro, em cerimônia especial do Critics Choice Awards voltada a profissionais latino-americanos, a filha de Fernanda Montenegro recebeu o prêmio honorário de atuação por filme estrangeiro e agradeceu à distância, por meio de vídeo enviado aos organizadores. Confira o discurso na íntegra:

    Primeiramente, gostaria muito de estar com todos esta noite, mas infelizmente a vida não é justa. Tenho que lançar Ainda Estou Aqui no Brasil, então, daqui de minha terra natal, agradeço profundamente a associação Critics Choice pelo prêmio. Para mim, ele é confirmação que sou parte da cultura latina, uma cultura que me moldou de Gabriel García Márquez a Borges, de Iñárritu a Ricardo Darín, de Carmen Miranda a Frida Kahlo. A cultura latina é um gerador de beleza, pensamento e reinvenção e nós, brasileiros, às vezes nos sentimos como primos distantes por não falarmos o espanhol. Sendo assim, esse prêmio é uma espécie de confirmação que pertenço a este grupo maravilhoso.

    Venho de uma família circense. Assim como minha mãe, meu pai era também ator, produtor teatral e diretor, também chamado Fernando. Por tremenda falta de imaginação, eles me chamaram de Fernanda, e não pude escapar. Me tornei atriz e, então, escritora. Cresci nas coxias dos teatros, os vendo no palco. Me lembro do medo que eles tinham durante a Ditadura Militar, por conta da censura, da ideia de que tudo poderia ser banido antes de uma estreia. Eles recebiam ameaças de bomba e de tiro. Era estranho, terrível, mas nunca foram torturados ou mortos como o pai da família que representamos no filme.

    A luta de Eunice Paiva — essa mulher fantástica que tive a honra de interpretar — é a mesma que foi imposta sobre meus pais, sobre toda a geração que exigiu e testemunhou o retorno da democracia no Brasil, uma democracia que hoje está novamente sob ataque. É inacreditável. Penso, então, que Ainda Estou Aqui não é um filme sobre o passado. É uma trama, estranha e tristemente, sobre os dias de hoje. Um reflexo do risco de normalizar a violência por meio da validação de regimes autoritários.

    A dignidade, a elegância, a perseverança e a discrição de Eunice nos guiaram ao longo do projeto. Me sinto uma atriz diferente desde que a interpretei. Sou muito grata à família Paiva pela confiança que colocaram sobre nós. Sou grata a todo o time e a todos os atores e, claro, sou profundamente grata a Walter Salles, meu amigo, meu diretor e meu parceiro, que me deu a oportunidade de viver esta mulher incrível que merece  ser conhecida como o símbolo de humanidade e civilidade que é. Por fim, claro, agradeço à associação pelo prêmio maravilhoso.

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    Celebração Anual do Cinema e da Televisão Latino-americanos 

    Além de Fernanda Torres, a lista de premiados inclui a americana Zoe Saldaña, o uruguaio Fede Alvarez e o chileno Pablo Larraín, entre outros. Esta é a quarta edição do evento, pensado para destacar a atividade da comunidade latina dentro e fora dos Estados Unidos.

    A trama de Ainda Estou Aqui

    Inspirado na história real de Rubens Paiva (Selton Mello), o filme acompanha sua família a partir do começo dos anos 1970, quando a ditadura militar no Brasil vivia seus anos de chumbo. Político opositor do regime, ele chegou a se exilar na Iugoslávia na década anterior, mas retornou ao Brasil para viver ao lado da esposa e dos cinco filhos. Foi capturado por militares em janeiro de 1971, torturado e morto. Só 40 anos depois, com a Comissão de Verdade, teve sua morte oficialmente investigada e confirmada. Neste meio-tempo, sua esposa, Eunice (Fernanda Torres), travou a própria busca pela verdade, equilibrando os papéis de ativista, advogada e mãe solo. Em 2015, um dos filhos do casal, Marcelo Rubens Paiva, publicou o livro de mesmo nome que é base do filme.

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