O diretor James Cameron, de Titanic e Avatar, revelou em entrevista recente qual é o seu maior temor sobre a Inteligência Artificial — e não é em relação ao cinema. “Eu pessoalmente não acredito que uma mente sem corpo que está apenas regurgitando o que outras mentes com corpo disseram — sobre a vida que tiveram, sobre amor, mentira, medo, mortalidade –, colando tudo junto em uma salada de palavras, vá comover uma audiência”, disse o cineasta à emissora canadense CTV News. “Você tem de ser humano para emocionar. Vamos esperar vinte anos, e se uma IA ganhar o Oscar de melhor roteiro, aí acho que devemos levá-la a sério”, acrescentou Cameron. Qual a verdadeira preocupação do cineasta, então? Para Cameron, é algo tenebroso: que tal tecnologia leve a humanidade a uma catástrofe nuclear.
“Você tem de seguir o rastro do dinheiro. Quem está construindo essas coisas? Se estão construindo para dominar as ações de marketing, então estão ensinando ganância, ou se o fazem para fins defensivos, então estão ensinando paranoia”, analisa Cameron. “Acho que a transformação da IA em armas é o maior perigo”. Ele vislumbra uma espécie de corrida armamentista nuclear com base nessa tecnologia, e cenários em que a velocidade de combate dos computadores seja tão alta que os humanos não conseguem mais interceder para controlar a escala do dano.
“Eu avisei vocês em 1984, e não me escutaram”, disse o diretor. Cameron faz referência ao seu O Exterminador do Futuro, longa de ação estrelado por Arnold Schwarzenegger que é ambientado em um mundo onde uma rede de defesa artificialmente inteligente — a chamada Skynet — se tornou autoconsciente e dominou a humanidade.