O feito histórico alcançado por ‘Ainda Estou Aqui’ nas bilheterias
A adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva conta a história de sua família durante a ditadura militar no Brasil
O filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, se tornou a maior bilheteria do cinema brasileiro no pós-pandemia. Com um faturamento de 49,1 milhões de reais e público de 2 milhões de pessoas, o título superou Minha Irmã e Eu, de Tatá Werneck e Ingrid Guimarães, que arrecadou 43,65 milhões de reais em 2023, segundo dados da Comscore.
O longa-metragem é uma adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva e conta a história de sua família durante os horrores da ditadura militar no Brasil. Seu pai, Rubens Paiva, foi torturado e morto após ter sido preso pelos militares. O corpo jamais foi encontrado. O filme acompanha a luta de Eunice, sua esposa – e mãe de Marcelo – na busca por respostas.
A tragédia dos Paiva se tornou um exemplo emblemático da truculência e da arbitrariedade da ditadura militar. Mesmo com toda a atenção recebida, o caso acabou abafado pela burocracia e por intrigas políticas, sem respostas definitivas: até hoje, não se sabe com certeza o que foi feito do corpo do deputado, nem quem o matou. Em 2014, fruto da Comissão da Verdade, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra cinco agentes públicos por crimes como homicídio doloso, ocultação de cadáver, associação criminosa armada e fraude processual no caso — quando Rubens Paiva desapareceu, os militares divulgaram que ele havia fugido. A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do MPF, tornando os acusados réus, mas a defesa recorreu e o processo foi ao STF. E andou pouco desde então.