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Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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O ator que declinou o papel do 007 e virou queridinho de Wes Anderson

Em entrevista a VEJA, Rupert Friend fala sobre os bastidores de 'Asteroid City' e revela como pauta suas escolhas de papéis

Por Jennifer Queen, de Cannes
Atualizado em 13 Maio 2024, 22h46 - Publicado em 16 ago 2023, 08h00

Em Asteroid City, novo filme de Wes Anderson, em cartaz no Brasil, o ator inglês Rupert Friend interpreta um caubói trovador, confinado com parceiros improváveis numa cidade no meio do nada. Como em todos os filmes de Anderson, Friend é apenas uma das estrelas no elenco, que mais parece uma via láctea de famosos. Mesmo assim, o ator está animado por seu próximo projeto, outro com o badalado cineasta americano, a adaptação de A Incrível História de Henry Sugar, do escritor inglês Roald Dahl.

Curiosamente, Friend chegou a ser cotado para interpretar ninguém menos que James Bond antes de Daniel Craig assumir o papel, no início dos anos 2000. O ator, contudo, declinou o convite para o teste após uma reunião com os produtores do filme. Segundo ele, não estava pronto e teve medo de ficar marcado por um papel tão grandioso. Enquanto isso, o inglês ganhou músculos atuando na televisão em séries aclamadas como Homeland e Obi-Wan Kenobi, e mais recentemente interpretou um ministro em Anatomia de um Escândalo, na Netflix. Na pré-estreia global de Asteroid City, no Festival de Cannes, Friend conversou com a reportagem de VEJA sobre a experiência no cinema e, especialmente, sobre o olhar particular de Anderson.

Rupert Friend (ao centro, de jeans) no filme 'Asteroid City'
Rupert Friend (ao centro, de jeans) no filme Asteroid City (//Divulgação)

O que o levou a atuar? Eu lia grandes autores americanos. Hemingway, Kerouac e pessoas assim. No teatro, eu estava lendo e assistindo a adaptações de Tennessee Williams, em vez de dramas sobre a Inglaterra. Sempre buscava o outro. Quando descobri que atuar era uma opção, o que me atraiu foi a ideia de sair da minha pele para a pele de outra pessoa. Vejo outros atores que preferem interpretar o mesmo personagem toda vez. Para mim, isso não interessa. Gosto da transformação.

Anderson deixou uma marca estética e narrativa no cinema. Como é trabalhar com ele? Wes está tecendo uma tapeçaria. Não é aquela coisa usual de estrela e antagonista, dois suportes ou algo assim. São diferentes fios e linhas na agulha. Não temos a impressão de fazer só nossa parte em um filme assim. A falta de hierarquia entre os atores, como pregado por Wes, ajuda o todo. Não há nenhuma diferenciação entre o elenco, todos são iguais, o que afeta o resultado do filme.

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Pode dar exemplos? O filme foi feito durante a pandemia de Covid-19, então ficamos em quarentena em um mosteiro perto de Madri. Estávamos literalmente confinados. Tínhamos um ao outro e nada mais. O set foi construído para que viéssemos morar nele, então vivíamos um confinamento dentro de outro. Nós jantávamos juntos todas as noites. Era uma grande mesa comunitária, e você nunca sabia perto de quem ia sentar. Mas era alguém brilhante, ou do elenco ou da equipe, então tivemos uma experiência imersiva.

Você recusou a chance de ser o James Bond e agora fará um segundo filme com Wes Anderson. Como pauta suas escolhas? Trabalhar com Anderson é trabalhar com um dos grandes autores da história do cinema. Ele é um autor. Como no cinema de antigamente, é a expressão da ideia de alguém, não a tentativa de trazer o máximo de gente para as poltronas de cinema e fazer fortuna com o algoritmo de algum estúdio. Wes me perguntou: você pode interpretar um caubói trovador? Para mim isso é muito mais interessante do que fazer alguém parecido comigo ou repetir um mesmo papel.

Asteroid City reflete uma parte da condição humana. A ideia de que crescemos confinados e um dia nos libertamos para o mundo. Já sentiu isso? Quando comecei a ter alguma consciência, por volta dos 17 ou 18 anos, apontei para o globo e descobri aonde queria ir. Era uma ilha chamada Rarotonga. Caí da motocicleta e fui parar num hospital. Tive que ser levado de avião até a Nova Zelândia. Na verdade, nunca pisei os pés na Nova Zelândia, pois passei toda a viagem numa cadeira de rodas. Mas a ideia de explorar, romper fronteiras, sair da minha zona de conforto, é uma prática diária, algo que espero nunca deixar de fazer.

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