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Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
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Novo ‘A Morte do Demônio’ é genérico e assustadoramente convencional

O filme que estreia nesta quinta-feira promete expansão da franquia original ao levar o terror para a cidade, mas se prende a estereótipos do horror atual

Por Thiago Gelli Atualizado em 20 abr 2023, 16h57 - Publicado em 20 abr 2023, 11h26
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  • Coração de mãe sempre tem espaço para mais um. Em A Morte do Demônio: A Ascensão, que estreia nos cinemas do país nesta quinta-feira, 20, o da tatuadora Ellie (Alyssa Sutherland) acomoda três filhos, uma irmã roqueira distante e, agora, uma força infernal milenar determinada a desmembrar cada um de seus amados. Quinto longa derivado da franquia iniciada em 1981, Ascensão se afasta de seus antecessores afeiçoados a cabanas isoladas e decide assombrar um prédio residencial em plena Los Angeles, onde um buraco no subsolo revela o livro dos mortos para uma família feliz.

    Há 40 anos, o cineasta Sam Raimi foi o responsável pela gênese da franquia. Com apenas 20 anos de idade, ele desenvolveu no projeto as marcas autorais que o acompanham até hoje, em especial os efeitos gráficos e o humor que parodia figuras heroicas e a seriedade do horror. Em 2013, Fede Alvarez tomou as rédeas do cenário original e acentuou o sadismo e a violência em uma nova história cinzenta e trágica — o filme ainda carrega o recorde da maior quantidade de sangue falso utilizado em um set. 

    Ascensão, contudo, despe a série de marcas autorais e percorre o caminho rumo à reprodutibilidade infinita, estratégia de mercado que assola muitos dos ícones do terror. Com uma narrativa formulaica e o estilo derivativo do trabalho de Alvarez, abre-se o precedente para que a truculência da franquia não precise ser acompanhada da sagacidade, da irreverência ou do comprometimento que a trouxe até aqui — e assim possa coexistir com famílias de comercial de margarina.

    Isso, no entanto, não fica claro imediatamente. Em seus melhores momentos, o longa cativa com uma boa direção de arte, piadas visuais, dramaticidade gótica e um aceno para possibilidades temáticas e cênicas inéditas — em sua maioria graças ao prédio em que se passa a trama. Construção antiga prestes a ser demolida em Los Angeles, ele simboliza o enlouquecedor processo de higienização de centros urbanos e até serve como paralelo ao próprio longa, que repagina um título independente de outrora a fim do lucro de um grande estúdio. Aliado ao pequeno elenco de vizinhos da família central, este elemento faz o espectador acreditar que a história lidará com um escopo maior que o exaustivo tema de traumas familiares, mas não. 

    Se o cinema de terror já serviu para a quebra de paradigmas sociais, hoje muitos de seus sucessos parecem mais dedicados a confortar o público com a manutenção das estruturas tradicionais às quais estão acostumados. Os eventos chocantes e a encenação — que aproveita bem o espaço de um apartamento — servem como distração e leve divertimento, mas perdem peso em uma lição de moral sobre o quão virtuosa é a maternidade, e assim falham em criar heróis memoráveis. Com o demônio das sequências à solta, todavia, tudo indica que uma nova tentativa logo ascenderá.

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