‘Morte Morte Morte’ é terror cômico sob medida para geração Z
Filme reforça leva de produções que mesclam sustos e riso, e traz nonsense e acidez para as histórias clássicas de 'quem matou?'

Jovens ricaços na casa dos 20 anos presos em uma mansão por causa de uma tempestade. A princípio, nada poderia dar errado para além dos efeitos de uma bebedeira exagerada e da ressaca forte no dia seguinte. Mas, no caso do grupo de amigos de Morte Morte Morte, em cartaz nos cinemas, as consequências de uma festinha noturna nesses moldes ganham dimensões tensas — e recheadas de humor e ironia — quando uma brincadeira inocente acaba em mortes sequenciais.
Dirigido por Halina Reijn, o mais novo filme da A24, produtora queridinha dos fãs de horror, engrossa uma leva de histórias que mesclam terror e comédia, caso dos ótimos Freaky – No Corpo de um Assassino e A Morte Te Dá Parabéns. No longa, Sophie (Amandla Stenberg) está levando a nova namorada, Bee (Maria Bakalova), para conhecer seus amigos. Entediados por causa da chuva forte, os jovens presentes decidem começar uma brincadeira simples: um deles é escolhido aleatoriamente para ser o “assassino” e os outros precisam fugir e se esconder. Após uma rodada em que tudo ocorre normalmente, a luz se apaga e um dos jovens, coincidentemente o mais insuportável deles, aparece morto de verdade. A partir daí, o caos se instaura, acrescido do clima de desconfiança crescente e do surgimento de intrigas que mostram que os amigos ali talvez não se gostassem tanto assim.
Dotado de um roteiro ácido, Morte Morte Morte faz ótimas piadas que dialogam com as agruras e fantasmas da geração Z. Mais puxado para a comédia nonsense que o terror, o filme explora situações absurdas. Sem dar grandes spoilers, o final quebra com tudo o que se espera de uma trama clássica de “quem matou?”, e vai surpreender principalmente aqueles que adoram gravar vídeos para o TikTok.