Greve de atores confirmada: Hollywood enfrenta ameaça tenebrosa
Conselho nacional do sindicato que representa a categoria votou por unanimidade pela paralisação depois que acordo com os estúdios falhou
O SAG-AFTRA, sindicato que representa mais de 160 000 atores nos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira, 13, que a categoria está oficialmente em greve. A paralisação passa a valer a partir da meia-noite do horário local, e os atores devem participar de protestos a partir da sexta-feira. “O que está acontecendo conosco está acontecendo em todas as áreas profissionais. Quando empregadores fazem de Wall Street e da ganância uma prioridade e esquecem dos colaboradores essenciais que fazem a máquina girar, temos um problema”, disse Fran Drescher, presidente do SAG durante o anúncio.
Com a confirmação da greve, a pressão sobre os estúdios e streamings aumenta. Isso porque, os atores se juntam aos roteiristas, que estão paralisados desde o dia 1º de maio reivindicando melhores condições de trabalho. Desde que os escritores cruzaram os braços, uma série de produções foi interrompida, o que deve acarretar em atrasos em lançamentos e novas temporadas. Com os atores no jogo, a publicidade é afetada de imediato. Isso porque uma das regras da greve é que as estrelas não podem comparecer a eventos de lançamento e divulgação. Na première de Oppenheimer, que aconteceu esta noite em Londres, o elenco deixou o local antes do final para se preparar para a greve.
Agora, com os atores oficialmente parados depois de semanas de tentativas frustradas de um acordo com os estúdios, filmes que ainda estão em gravação, como Gladiador 2 e a sequência de Mortal Kombat, devem ter as filmagens interrompidas. Dependendo da duração, a greve também pode adiar eventos como o Emmy e a Comic-Con de San Diego, marcados para o segundo semestre desse ano.
Essa será a primeira vez desde 1960 que os dois sindicatos cruzam os braços ao mesmo tempo. O motor das reivindicações é o mesmo: com o advento do streaming, a lógica do trabalho na indústria mudou, afetando os ganhos e também a rotina de atores e roteiristas. Entre as reivindicações estão pontos como o aumento da remuneração básica, uma melhor distribuição de ganhos residuais e a regulamentação do uso da inteligência artificial, que tem avançado a passos largos nos últimos anos.