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Criador de ‘Watchmen’ detona filmes de herói e rejeita lucros de Hollywood

Alan Moore leva vida simples na Inglaterra e prefere que seus royalties sejam repassados para o movimento 'Black Lives Matter'

Por Thiago Gelli Atualizado em 13 Maio 2024, 21h09 - Publicado em 14 set 2023, 12h01

O prestigiado autor Alan Moore, criador de tramas clássicas dos quadrinhos como V De Vingança e Watchmen, tomou uma atitude inesperada: ele optou por recusar todo lucro recebido pelos royalties das adaptações de suas histórias no cinema e na TV. Ao invés de embolsar as quantias, o autor pediu ao estúdio da DC Comic que direcione o valor para a organização Black Lives Matter, que advoga pelo fim da brutalidade policial racista nos Estados Unidos.

O escrito Alan Moore
O escrito Alan Moore (Kevin Nixon/Getty Images)

Modesto, Moore leva uma vida simples na pequena cidade de Northampton, na Inglaterra, e se diz decepcionado com a indústria cinematográfica. Em entrevista ao jornal The Telegraph, ele explicou: “Antes dividia o dinheiro igualmente entre os participantes do processo criativo, mas hoje nem quero reparti-lo com eles. Com os filmes recentes, não sinto que eles se atenham aos princípios originais que pensei que tivessem”. Já sobre os quadrinhos em si, ele também afirmou que seu encanto de outrora se dissipou: “Agora são chamados de ‘graphic novels’ e você pode cobrar muito mais caro por um exemplar.”

Crítico de Hollywood, Moore já havia chamado filmes de super-heróis de um “estorvo” para o cinema e para a cultura em 2020, afirmando que a adoração do público adulto é um fenômeno infantilizante que pode preceder guinadas fascistas. Sobre suas colaborações ao gênero, ele também disse na ocasião: “Nunca pensei que heróis fossem coisa de adulto. Isso é tudo um mal-entendido que nasceu nos anos 1980 — do qual eu admito minha parcela considerável de culpa, mesmo que não tenha sido intencional. Quando coisas como Watchmen apareceram, muitas manchetes declararam que os quadrinhos estavam ‘crescidos’. Penso que não. Existiram apenas alguns títulos que eram mais adultos do que o comum. Sempre amarei e adorarei o formato do quadrinho, mas a indústria se tornou insuportável.”

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