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As razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemas

Após mais de uma década dominando as bilheterias, as superproduções amargam arrecadações pífias que refletem o cansaço do público com a fórmula

Por Thiago Gelli Atualizado em 9 Maio 2024, 19h53 - Publicado em 24 nov 2023, 06h00
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  • Nos quadrinhos, o lema de Carol Danvers, a Capitã Marvel, é superlativo: “Mais alto, mais longe, mais rápido”. A heroína chegou aos cinemas em 2019, vivida por Brie Larson — a produção lotou salas de cinemas no mundo, acumulando mais de 1,1 bilhão de dólares na venda de ingressos. A popularidade da personagem lhe conferiu uma vaga especial em Vingadores: Ultimato, lançado no mesmo ano, que se tornou a segunda maior bilheteria da história, somando 2,7 bilhões de dólares — atrás de Avatar, que ostenta 2,9 bilhões. Parecia uma personagem invencível na luta contra o mal e na capacidade de amealhar cifrões.

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    Passados quatro anos, no entanto, o cenário mudou um bocado: dez filmes depois e onze séries de TV no Disney+, o opulento universo dos estúdios Marvel entrou em queda livre. O mais recente fracasso envolve justamente a heroína Carol Danvers, uma das estrelas de As Marvels, sequência do filme de Brie Larson, agora com duas coprotagonistas, Iman Vellani (a Ms. Marvel) e Teyonah Parris (Monica Rambeau). Após duas semanas em cartaz, o longa não chegou aos 200 milhões de dólares — o montante investido foi de 220 milhões, e, para ser lucrativa, a produção deveria passar dos 600 milhões.

    AUGE - 'Vingadores: Ultimato': maior bilheteria da saga soma 2,7 bilhões de dólares
    AUGE - ’Vingadores: Ultimato’: maior bilheteria da saga soma 2,7 bilhões de dólares (Marvel Studios/.)

    Nesse ritmo, As Marvels será o maior fracasso da história do estúdio, liderando o triste ranking que já conta com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, também deste ano, e Eternos, de 2021. São sinais claríssimos de um vilão muito perigoso, o esgotamento da fórmula. Os roteiros manjados seguem uma lógica-padrão: nela, o protagonista passa por algum drama (uma crise existencial, por exemplo), mas se recupera a tempo de salvar o mundo — claro, sem esquecer das sequências intermináveis de lutas e efeitos especiais. Tudo tão previsível que está ficando chato até para grandes fãs.

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    Boa parte desses adeptos encantou-se por esse universo lendo os quadrinhos da Marvel, que se destacavam justamente pela criatividade. Nos anos 1960, Stan Lee sacudiu a editora de HQs ao se distanciar do estereótipo do herói imbatível com a criação do Quarteto Fantástico e, especialmente, do Homem-Aranha, personagens imperfeitos, inseguros e moralmente ambíguos.

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    FRAQUEZA - Homem de Ferro (à esq.) e Loki: a fórmula original se perdeu
    FRAQUEZA - Homem de Ferro (à esq.) e Loki: a fórmula original se perdeu (Zade Rosenthal/Marvel Studios; Marvel Studios/.)

    Na primeira fase da transposição das HQs para as telas de cinema, as produções conseguiram manter esse espírito, como ficou claro em Homem de Ferro, que marcou em 2008 o início da febre. De lá para cá, a Marvel, sob o guarda-chuva da Disney, explodiu, e arrecadou impressionantes 30 bilhões de dólares com 33 filmes. Só que a ambição de expandir mais e mais esse universo logo virou um tiro no pé. O excesso de lançamentos fez cair até o apelo desse tipo de filme junto à geração Z: a porcentagem de espectadores entre 18 e 24 anos da atual fase da Marvel foi de 32% para 29%. Enquanto isso, as séries do Disney+ tentaram inovar, mas de forma desastrosa: inicialmente, os vilões ganharam o protagonismo, de Wandavision a Loki, duas tramas que começaram ousadas, antes de se render à velharia apocalíptica.

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    Enquanto os heróis foram caindo na absoluta mesmice, produções como o arrasa-quarteirão Barbie deixaram evidente a maior fraqueza dos poderosos da Marvel e da rival DC: sem um roteiro decente, não há Hulk capaz de salvar o planeta-bilheteria. Vale lembrar que, numa galáxia não muito distante, o aclamado cineasta Martin Scorsese, responsável por clássicos como Touro Indomável, foi desancado por acusar o filão heroico de pobreza criativa, dizendo que os filmes eram só um “parque de diversão”. Ironicamente, o mais recente longa de Scorsese, Assassinos da Lua das Flores, está empatado em bilheteria com As Marvels. Custou um pouco menos e é bem melhor do que qualquer coisa da atual safra de super-abacaxis.

    Publicado em VEJA de 24 de novembro de 2023, edição nº 2869

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