Grávida, a cineasta Eliza Capai viu sua felicidade se esvair quando recebeu a notícia de que seu bebê não sobreviveria fora do útero. A frase que ouviu dos médicos virou título do sensível documentário feito por ela, o Incompatível com a Vida, premiado em abril no festival É Tudo Verdade!. A vitória colocou o longa automaticamente entre os pré-selecionados para concorrer ao Oscar no ano que vem – possibilidade que ganhou um reforço do jornal The New York Times esta semana. Com o voto a favor de Rosa Weber para descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, o tema voltou à tona mobilizando políticos e sociedade, novamente de forma polarizada. Nesse cenário, o filme de Eliza é necessário e urgente. Uma longa matéria do jornal americano sobre aborto trouxe junto uma edição especial do documentário, vertido em curta de 11 minutos. A produção tira o aborto do espectro político e religioso e o coloca em seu devido lugar, no setor de saúde pública e com um olhar humano sobre as dores e os perigos vividos por brasileiras que passam pelo procedimento de forma ilegal. Confira neste link o filme.