A caravana da delegação brasileira rumo ao Festival de Cannes 2025
Brasil será o país de honra do Marché du Film, espaço do evento dedicado a acordos multimilionários de produção e distribuição

O tradicional Festival de Cannes começa sua edição de 2025 na próxima terça-feira, 13 de maio, e promete ser um evento de grande destaque para a produção nacional, já que o Brasil foi selecionado como “país de honra” da Marché du Film, espaço paralelo à competição principal do festival no qual profissionais de todo o mundo buscam acordos de produção e distribuição. Para além de ser o mercado mais reverenciado do ano, a indústria audiovisual nacional já chega ao evento quebrando um recorde. Mais de 100 empresas formarão a delegação oficial do programa Cinema do Brasil, que tem como finalidade a internacionalização da safra cinematográfica brasileira desde 2006, quando foi criado pelo Sindicato da Indústria Audiovisual de São Paulo em parceria com a Agência Brasileira de Promoções de Exportações e Investimentos.
A delegação representará organizações federais, estaduais e municipais como o Ministério da Cultura, a Secretaria do Audiovisual, a Spcine e a RioFilme. A presidência do Cinema do Brasil fica a cargo de André Sturm, também diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e cineasta. Em comunicado oficial, o gestor afirma que o estande do programa funcionará “como uma embaixada do país” e “mostrará a união de esforços dos produtores e dos governos em fortalecer cada vez mais a presença internacional” do Brasil.
O que é o Marché du Film?
“Mercado de filmes” em francês, a convenção é a maior plataforma de negócios do setor audiovisual mundial e reúne produtores, investidores, distribuidores, agentes de venda, representantes de streamings, programadores de festivais, executivos de Hollywood e profissionais independentes, entre outros cargos, para que obras cinematográficas possam encontrar seu nicho comercial. Ao todo, mais de 14 000 profissionais de 120 países se encontram ao longo de nove dias. Em 2024, o Cinema do Brasil levou 68 empresas para o evento e ajudou a firmar contratos avaliados em 11,5 milhões de dólares.
Quais filmes brasileiros competem em Cannes em 2025?
Na competição oficial, apenas um longa-metragem brasileiro segue os passos de Motel Destino (2024) e compete pela Palma de Ouro: O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho. Situado na Recife de 1977, o longa é protagonizado pelo professor Marcelo (Wagner Moura), que se muda à capital pernambucana para fugir de um passado violento. Em plena semana de carnaval, contudo, ele percebe que o caos o seguiu e que seus vizinhos o espiam.
Já na mostra Un Certain Regard, voltada para cineastas menos conhecidos, compete O Riso e a Faca, de Pedro Pinho, no qual um engenheiro ambiental se muda para uma metrópole na África Ocidental a fim de ajudar na construção de uma estrada entre deserto e selva, mas acaba envolvido intimamente com dois habitantes locais.
A mostra de retrospectivas do festival, por sua vez, exibirá Para Vigo Me Voy!, documentário inédito sobre a vida e obra de Cacá Diegues, cineasta emblemático que morreu aos 84 anos em 14 de fevereiro. A direção é de Karen Harley e Lírio Ferreira. Por fim, a Associação para a Distribuição de Cinema Independente (Acid) exibirá Culebra Negra, do francês Aurélien Vernhes-Lermusiaux, uma coprodução entre Brasil, França e Colômbia.
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