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Educação em evidência

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Alfabetização na BNCC: mais um retrocesso na educação

Em países com sistemas educacionais razoáveis, a elaboração de programas de ensino segue um ritual. Aqui, criamos um ritual próprio, fadado ao fracasso.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 4 jun 2024, 17h11 - Publicado em 14 dez 2017, 18h09

Um grupo de pesquisadores das áreas de psicologia, psicolinguística, linguística e neurociências encaminhou ao Conselho Nacional de Educação uma nota na qual se analisa a proposta do MEC para o currículo de alfabetização. A nota, escrita em linguagem profissional, simples e objetiva, é devastadora – não fica pedra sobre pedra. Altamente qualificado, o grupo é formado por pessoas com publicações em revistas científicas internacionais de alto prestígio, sendo que algumas delas também têm enorme experiência prática na área. O que vai acontecer? Nada. O CNE não vai considerar a nota. O MEC não vai corrigir o que fez errado – sequer vai reconhecer o erro. E em breve, a BNCC – Base Nacional Comum Curricular será aprovada e festejada com pompa e circunstância. Depois ainda há quem pergunte por que a educação no Brasil é tão ruim.

O que impede o Brasil de avançar na educação? O processo de encaminhamento da BNCC esclarece as razões disso: o Brasil quer ser diferente. Em qualquer país democrático e com sistemas educacionais razoáveis, a elaboração de programas de ensino segue um ritual. No país das jabuticabas, criamos um ritual próprio, fadado ao fracasso. Com a queda do PT, que começou o processo de discussão da BNCC, o grupo do DEM-PSDB, considerado liberal, continuou as mesmas práticas, com algumas ligeiras mudanças no processo, mas sem mexer no essencial. Audiências públicas e consultas via internet não substituem o debate e o confronto de ideias – essencial em um processo desta natureza. Deu no que deu. Sequer conseguimos fazer um programa de ensino decente para dizer o que precisa ser ensinado nas escolas.

De todos os erros na condução do processo, o que mais chama a atenção é a falta de apetite do MEC e do Conselho Nacional de Educação para o diálogo e o debate. Mas, além disso, há uma questão específica sobre a alfabetização: por que o MEC e o CNE não se deram ao trabalho de consultar quem entende do assunto? Por que eles se recusam a considerar as evidências científicas e as melhores práticas sobre o tema? O que eles têm contra ouvir os pesquisadores que dedicam suas vidas acadêmicas a estudar um tema tão crítico para o futuro educacional das nossas crianças?

Em matéria de educação – e especialmente de alfabetização, o Brasil é vítima de um consenso perverso.

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