Roncos da reação
Sabatina de Aras serviu de palco para ataques ao Judiciário e ao Ministério Público
Foram raríssimas as exceções. A ampla maioria dos senadores aproveitou a sabatina do indicado à Procuradoria-Geral da República, Augusto Aras, na Comissão de Constituição e Justiça, para destilar potes de fel contra o Ministério Público, o Poder Judiciário (o Supremo Tribunal Federal, em particular) e a Operação Lava Jato.
Todos, evidentemente, ressaltando enorme respeito e admiração pelo Ministério Público, o Poder Judiciário (o Supremo Tribunal Federal, em particular) e a Operação Lava Jato. Mas… todas essas intervenções vinham acompanhadas da ressalva que antecediam as críticas, por vezes na forma de ataques agressivos, contra o que os senadores qualificavam como “excessos” que, na interpretação de vários deles, levaram à desmoralização da política, à falência de empresas e à destruição de empregos na verdade provocados pelos crimes cometidos.
A aprovação do nome de Aras não parecia ser a questão ali, dado o sucesso do périplo do procurador em reuniões coletivas e particulares com cada um dos senadores. Deram a impressão de considerar as posições de Augusto Aras contra o “ativismo judicial” e em defesa de um modo garantista de cumprir a Constituição um sinal de que terão na Procuradoria-Geral da República um parceiro, tal a falta de cerimônia na exibição de ressentimentos e manifestação de desejos de vingança.
Se suas excelências têm ou não razão, só a atuação de Aras à frente da PGR poderá responder.