Na política, a última rodada de pesquisas do instituto Datafolha não mostra grande coisa. Faz, isto sim, constatações: Bolsonaro com avaliação pior que as dos antecessores (33% de satisfeitos), divisão praticamente igual entre detratores, apoiadores e neutros, maioria em defesa favor da permanência de Sergio Moro no governo (54%), apesar de 58% considerarem inadequada sua conduta no caso dos diálogos do Intercept, e 54% dos entrevistados a favor da prisão do ex-presidente Lula.
O dado mais interessante da pesquisa está na economia. O país está afogado nos índices do desemprego, tem inflação controlada, mas a despeito disso o contingente que teme a alta desenfreada de preços (48%) é muito maior que o de temerosos pela perda do emprego (15%).
Quer dizer o seguinte: faz 25 anos que foi instituído o Plano Real e a nova geração apesar de não ter tido a vivência daqueles anos loucos descontrole inflacionário tem noção do dano e pavor do prejuízo. Ou seja, além do controle dos preços o Plano Real conseguiu um ganho inestimável de longo prazo que foi o de introjetar na sociedade o valor da moeda e da estabilidade econômica. Como reza o clichê da moda, isso não tem preço.