Se os exames médicos realizados hoje pela manhã autorizarem a ida de Jair Bolsonaro à Assembleia Geral da ONU na próxima terça-feira, 24, o fator menos temerário dessa viagem será o teor do discurso. O presidente já deu diversas demonstrações de que ouve os conselheiros moderados quando se trata de pronunciamentos oficiais.
Diferentemente das declarações e atitudes do cotidiano de tuites e entrevistas improvisadas, nas ocasiões formais ele segue o roteiro da ponderação, ainda que no instante seguinte cometa mais uma de suas exorbitâncias verbais.
Nunca a participação de um presidente brasileiro na tradicional cerimônia de abertura da Assembleia Geral despertou tanta atenção. E não exatamente pelas qualidades do governante. O destaque ficará para as manifestações do lado de fora do auditório da Organização das Nações Unidas devido a manifestações de hostilidade a ele na cidade de Nova York. Todas, diga-se, ocorridas antes de Bolsonaro subir em muitos decibéis o tom das brigas no cenário internacional.